PCDF prende em Florianópolis último foragido de quadrilha de travestis
Carlos Henrique Leão Costa estava escondido em um apartamento na capital de Santa Catariana
atualizado
Compartilhar notícia
Investigadores da 5ª Delegacia de Polícia prenderam o último foragido de uma quadrilha de travestis que extorquia e agredia clientes durante programas sexuais. Carlos Henrique Leão Costa (foto em destaque) estava escondido em um apartamento na capital catarinense, Florianópolis. A detenção ocorreu no início da tarde desta segunda-feira (29/07/2019), após a confirmação do endereço. O homem será transferido para Brasília, onde responderá criminalmente.
Carlos era procurado desde a deflagração da Operação Cilada, no dia 25 de junho. Na ocasião, a Polícia Civil do DF colocou atrás das grades cinco integrantes do bando. Entre eles, está Anitta, 24 anos, a travesti filmada batendo no rosto de um francês após discordar do valor recebido. Na gravação, obtida com exclusividade pelo Metrópoles, ela aparece contando notas de euro e, em português, pedindo mais dinheiro.
Em outro momento das imagens registradas no quarto de um hotel na França, o homem grita em meio ao cômodo completamente revirado. A cena é filmada por Paulo Rogério Vasconcelos, 20, que também integra a organização criminosa.
Rota da quadrilha
As diligências apontaram que as travestis reproduziam as extorsões não só na Europa. No Brasil, há relatos da atuação delas em Brasília (DF), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e São Luiz (MA). As suspeitas são naturais de Goiânia, mas não mantinham residência fixa e viajavam com frequência.
De acordo com as investigações conduzidas pela 5ª DP, o grupo começou a agir na capital federal no início deste ano. Os criminosos marcavam encontros em estabelecimentos de luxo do Setor Hoteleiro Sul, filmavam as relações sexuais e, em seguida, espancavam e extorquiam as vítimas. Uma delas chegou a pagar R$ 22 mil para não ter as imagens divulgadas pelas criminosas. Três pessoas denunciaram os crimes no DF – entre elas, médicos.
Ostentação
Segundo os investigadores, não é possível aferir o valor total arrecadado pelos bandidos, mas há indícios de que apenas Samuel Junio Napole de Souza, 21, teria acumulado mais de R$ 100 mil. Ele é apontado como o líder da quadrilha e acabou detido por agentes federais quando passava pela imigração do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
As investidas delituosas rendiam, em média, de R$ 10 mil a R$ 15 mil por vítima. Com o dinheiro arrecadado mediante chantagem, os acusados ostentavam celulares de última geração. Além disso, consumiam drogas caras, faziam viagens internacionais e promoviam festas.
“Há casos de pessoas que fizeram sucessivos pagamentos para não ter o material revelado. O grupo escolhia quem tinha alto poder aquisitivo, normalmente homens casados, porque eles poderiam ceder às pressões”, detalhou o delegado Gleyson Mascarenhas, chefe da 5ª DP.
Máquinas de cartão e celulares foram apreendidos durante a operação. Mesmo as vítimas que cooperavam fazendo transferências, empréstimos e cedendo os cartões de crédito acabavam sendo violentamente agredidas.
Os encontros eram agendados a partir de aplicativos de relacionamentos e sites de prostituição. Geralmente, as travestis agiam em bando de até quatro pessoas. Enquanto uma atendia o cliente, as demais prestavam auxílio, fazendo fotos e vídeos das cenas de sexo.