PCDF prende auditor do TCU e procura servidor do Senado por tráfico
Alvo de operação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), os dois são acusados de vender “maconha gourmet”
atualizado
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Investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) prenderam um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) e estão à procura de um servidor do Senado Federal, ambos acusados de traficar drogas para uma seleta clientela. Na casa de um dos suspeitos, investigadores encontraram plantações de maconha divididas em vasos. A dupla teria conexão e seria parceria no crime. A ação teve apoio da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) e da Divisão de Operações Especiais (DOE).
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, os policiais encontraram porções da conhecida “maconha gourmet”, muito consumida por usuários de alto poder aquisitivo. O servidor do Senado, que tem mandado de prisão decretado, ainda não foi localizado pelos policiais. Todos os 13 pés do entorpecente foram apreendidos e levados para a delegacia.
Após receberam informações sobre o cultivo da erva em uma casa de alto padrão no Lago Sul, os policiais foram ao local, onde reside o servidor do TCU, na Rua 5 do Altiplano Leste. Os pés de maconha eram cultivados no último andar do imóvel de três pavimentos. De posse de mandado de busca e apreensão, os agentes recolheram a droga.
Na manhã desta quarta-feira (19/06/2019), as equipes localizaram 30 pés de maconha, skunk preparado para consumo, balanças, diversos fertilizantes e equipamento especializado para o cultivo. Após as diligências, o auditor do TCU, identificado pela PCDF apenas pelas iniciais L. R. P., foi preso em flagrante por tráfico de drogas.
As mesmas diligências identificaram outro servidor do alto escalão do Poder Legislativo Federal que também estaria envolvido na prática delituosa. Após perícia no local, os objetos apreendidos e o preso foram levados para a Cord. A reportagem entrou em contato com o TCU e o Senado, que se colocaram à disposição para eventuais manifestações.
De olho no alto poder aquisitivo de usuários do Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte, traficantes do Distrito Federal passaram a apostar no tráfico de ervas geneticamente modificadas. Com diferentes aromas e sabores, as maconhas gourmet podem ter gotas de limão, framboesa, cereja e chocolate. As apurações policiais apontam que apenas um grupo seleto de usuários consegue ter acesso a esse tipo de droga, devido ao elevado valor de aquisição. Uma pequena porção chega a custar R$ 1,4 mil.
Ao contrário do produto vendido nas ruas e em bocas de fumo, as substâncias especializadas são negociadas em rodas de amigos. Em quase 100% dos casos, quem vende e quem compra se conhecem. Portanto, acreditam que se trata de uma transação segura. Os grupos de WhatsApp tornaram-se território livre para os traficantes repassarem a oferta da maconha gourmet.
Cardápios com uma infinidade de ervas modificadas muitas vezes são expostos pelos criminosos. Apontada como a mais potente do mundo, a Super Lemon Haze, criada em laboratório, tem uma concentração de THC (tetraidrocanabinol) superior a 20% e sabor cítrico.