PCDF prende 4° envolvido em sequestro e morte de empreiteiro
Rinaldo Márcio estava desaparecido desde o ano passado, quando auxiliou no sequestro e morte do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva
atualizado
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A Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), prendeu na Bahia, na tarde desta terça-feira (14/2), um dos principais suspeitos de envolvimento no sequestro seguido de morte do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31.
Trata-se de Rinaldo Márcio de Oliveira (foto em destaque), 39, conhecido como “Boneco”. Outras três pessoas já haviam sido presas.
Contra Rinaldo havia mandado de prisão preventiva em aberto tanto pela morte de Daniel, quanto de outro homicídio, cometido no Gama, em junho do ano passado. A reportagem não localizou a defesa dele. O texto será atualizado caso haja contato.
Imagens mostram Rinaldo um dia após o crime com o carro que teria sido usado no dia do sequestro do empreiteiro. Veja:
O crime
A vítima foi vista pela última vez em outubro do ano passado, ao deixar a igreja Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes, em Taguatinga. De acordo com o delegado André Luiz da Costa e Leite, coordenador da Corpatri, a suspeita é que o corpo de Daniel tenha sido enterrado em alguma área de mata em Goiás.
“Ele ainda permaneceu sob a restrição de liberdade por cerca de dois dias e, após esse período, ele teria sido executado, já que encontramos sangue”, revela o delegado. “Conseguimos apreender o veículo onde ele foi colocado. De acordo com todos os indícios e toda a dinâmica da investigação, não acreditamos que a vítima esteja com vida.”
Pouco antes de ser sequestrado, o empreiteiro gravou um vídeo no banco do carona do carro. Ao som da dupla sertaneja Henrique e Juliano, Daniel faz referência ao refrão da música “Desgastou”.
Pelas imagens, é possível ver o homem feliz e brincando com a companheira.
Veja a gravação:
Pouco depois de ser abordada, a vítima ainda manteve contato com a companheira por meio de mensagens de texto enviadas pelo WhatsApp.
“Estranhei, pois ele sempre teve o costume de mandar áudios. Naquela noite, ele disse que não havia voltado para casa porque estava resolvendo alguns problemas”, explicou a mulher de Daniel, com quem está casada há oito anos.
Horas depois, o empreiteiro ligou para a mulher afirmando que alguém havia batido no seu carro e estava resolvendo as questões do conserto. Desconfiada, a mulher foi atrás dele e não conseguiu localizar o veículo do marido. “Já no dia 27 [de outubro de 2022], perguntei a ele o que estava acontecendo e ele disse que estava resolvendo problemas”, disse.
Várias ligações
A família de Daniel fez dezenas de ligações ao longo do dia 27, mas nenhuma foi atendida. O celular, segundo os parentes, oscilava, ficando cerca de 30 minutos ligado e pelo menos cinco horas desligado. “Passamos a desconfiar da maneira que, supostamente, o Daniel escrevia. Ele recusava ligações por vídeo também”, detalhou a companheira da vítima.
Em 28 de outubro, o empreiteiro mandou os dois últimos áudios para a família. “Ele dizia apenas que estava tudo bem, mas a voz dele aparentava tristeza. Ele não falava onde estava e nem aceitava ajuda”, disse a mulher. Apenas por mensagens, Daniel escrevia que havia contraído dívidas e precisava de R$ 190 mil. “Ele dizia que estava sendo extorquido por agiotas, mas nunca teve e nem possui qualquer tipo de dívida”, disse a mulher.
O empreiteiro costumava andar com cordão e pulseira de ouro, avaliados em cerca de R$ 30 mil. No dia que sumiu, Daniel havia recebido muito dinheiro. “Esses valores estavam depositados na conta corrente dele”, disse a companheira.
“Além disso, um caminhão simulando uma mudança parou na frente da residência e levou tudo que havia dentro da casa. As roupas, móveis e todos os aparelhos eletrônicos”, disse a mulher, que não estava no local no momento do ocorrido.