PCDF: mulher que denunciou agressão em boate começou pancadaria
Mariana Amaral Zaranza publicou imagens em suas redes sociais do rosto com hematomas e disse ter sido vítima de homem
atualizado
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Investigadores da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) esclareceram as circunstâncias que envolveram a denúncia de agressão a uma mulher ocorrida do lado de fora da boate Pink Elephant, no Setor de Clubes Sul, na madrugada de sábado (26/1).
Mariana Amaral Zaranza, 22 anos, publicou imagens em suas redes sociais do rosto com hematomas que teriam sido provocados por dois socos dados por um homem até então desconhecido. Ela disse ainda que teria sido jogada no espelho d’água na entrada da casa de shows por uma mulher.
No entanto, de acordo com a PCDF, os depoimentos divergem em parte da versão contada por Mariana. Segundo apurado pela Polícia Civil, a jovem estaria embriagada quando saiu da boate. Tentou agredir algumas pessoas e, quando estava no estacionamento, bateu em uma mulher e em um amigo dela. Posteriormente, foi agredida pelo companheiro da mulher que tinha sido atacada.
Ainda conforme a Polícia Civil, testemunhas contaram que ela teria se jogado no espelho d’água, debatido-se no chão e, em seguida, jogado sua cabeça contra o teto do Uber usado para deixar o local.
A polícia ainda aguarda o resultado dos laudos para encerrar a apuração. No entanto, segundo o delegado adjunto da 1ª DP, João de Ataliba, Mariana irá responder por dois crimes de lesão corporal. E o homem que a agrediu será responsabilizado, também, pela mesma incidência penal. “Por se tratar de infração de menor potencial ofensivo, em caso de condenação, eles receberão penas alternativas à privativa de liberdade”, disse o delegado.
O fato de supostamente Mariana ter simulado agressões antes de levar os dois socos no rosto não interfere na condução do Termo Circunstanciado que apura a agressão. Nesta sexta-feira (1º/2), todos os envolvidos deverão ser chamados na delegacia mais uma vez para serem ouvidos.
“As apurações ainda permanecem, principalmente depois de a polícia ter acesso às imagens da boate que mostram o estado de embriaguez em que Mariana se encontrava”, ressaltou o delegado.
O Metrópoles tenta contato com Mariana.
Simulação
Durante as investigações, os policiais apuraram que Mariana Amaral é a mesma mulher flagrada, em setembro de 2017, em uma blitz feita pela Polícia Militar, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Na ocasião, a mulher, após ser abordada pelos agentes, apresentava sinais de embriaguez e chegou a esfregar o rosto em uma árvore para simular que havia sido agredida pelas equipes.
Na época em que o vídeo foi registrado, agentes afirmaram que a motorista apresentava sinais de embriaguez e que se recusou a soprar o bafômetro. Após Mariana desacatar os funcionários com palavrões e se negar a acompanhá-los até uma delegacia, os policiais tentam algemá-la e a jovem se descontrola. “Só quem é pobre vai preso nesse Estado, eu não vou presa”, disse após a abordagem.
No vídeo, aparentando descontrole, a motorista questiona: “Vocês querem me prender?”. Logo depois, deixa a bolsa no chão e segue em direção a uma árvore, onde bate o rosto no tronco. Ela retorna e começa a acusar os agentes e policiais de agressão.
“Filma! Agora filma! Filma a hora que ele bateu na minha cara! Filma a hora que ele enfiou a mão na minha cara”, diz. “Olha aqui como é que tá a minha cara!” O agente do Detran responde que ela havia acabado de “passar o rosto na árvore”, ao que a jovem rebate: “É mentira”.