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PCDF: motorista que matou ciclista confessou ter usado cocaína

Teste do bafômetro também comprovou embriaguez de Luzia Ferreira de Assis. Delegado diz que ela “não demonstrou apreço pela vida humana”

atualizado

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Reprodução/FAcebook
Jailson-12
1 de 1 Jailson-12 - Foto: Reprodução/FAcebook

O delegado responsável por apurar o acidente que resultou na morte do ciclista Jailson Barbosa, (foto em destaque), 34 anos, Gutemberg Morais, disse que a motorista Luzia Ferreira de Assis, 24, confessou ter feito uso de cocaína. De acordo com investigador da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), os novos elementos podem resultar em um novo pedido de prisão, mas isso só será feito após a conclusão do laudo pericial que vai indicar a velocidade média do carro dirigido pela mulher na hora da tragédia.

“Ela estava dirigindo um veículo sem as menores condições de circular, na chuva, sem habilitação e embriagada. Também confessou ter feito uso de cocaína. Não há marcas de frenagem e o dano causado ao veículo faz parecer que estava em alta velocidade. Mas isso só ficará esclarecido com o resultado do laudo pericial, que deve sair até sexta-feira.”

A Polícia Civil do DF mudou a tipificação do crime de homicídio culposo para doloso, ou seja, quando existe a intenção de matar. Se condenada, ela pode pegar até 20 anos de cadeia. “Tem que ver a materialidade dos fatos. No caso dela, nas condições em que ela e o veículo estavam, vimos que agiu com dolo, por tudo que já foi demonstrado. Além disso, não apresentou qualquer apreço pela vida humana ao assumir esse risco”, ressaltou Gutemberg.

De acordo com o policial, o teste do bafômetro feito por Luzia, na tarde de sábado (25/10/2020), acusou 0,51 mg de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. “O que a gente sabe é que o carro que ela conduzia estava a 200 metros de onde ocorreu o acidente”, destacou. A mulher, ainda de acordo com o delegado, saía de uma festa, em Ceilândia, e estava a caminho de outra, no Recanto das Emas.

Jailson seguia para o trabalho pela ciclovia da DF-459 quando foi atropelado. O homem estava na direção de Ceilândia, e Luzia, no sentido contrário. O ciclista foi pego de frente e ficou bastante machucado. Levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), ele morreu na manhã desta segunda-feira (27/01/2020).

“Destruiu nossa família”

“Destruiu nossa família.” Assim, Núbia Aparecida, 38, irmã do ciclista, resume o sentimento dela e dos demais parentes da vítima. Jailson morava em Brasília há mais de 15 anos. Pai de uma garotinha de 2 anos, era empregado da Rede Potiguar, como panificador. No momento em que foi atropelado, seguia para o serviço, em Ceilândia. “Ele trabalhava muito. Era pela filha dele. Falava que precisava defender o pão de cada dia”, contou a irmã ao Metrópoles.

Segundo Núbia, fazia algum tempo que o irmão caçula havia optado por sair todos os dias de Samambaia para Ceilândia de bicicleta. A preocupação com a saúde era o motivo. “Ele dizia que estava meio acima do peso, então ia unir o útil ao agradável. Vendeu o carro e passou a pedalar todos os dias”, lembra.

A bicicleta, no entanto, era sinônimo de preocupação para Núbia na maior parte do tempo. “Quando chovia, eu sempre mandava mensagem pedindo para ele tomar cuidado. Não só de carro, mas também pegar uma gripe, né?”, pondera.

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Frente do carro ficou destruída
Acidente ocorreu em via entre Ceilândia e Samambaia
Jailson morava no DF havia 15 anos e tinha uma filha de 2 anos
Preocupado com a saúde, ele decidiu trocar o carro pela bicicleta para ir de Samambaia, onde morava, a Ceilândia, local do trabalho, todos os dias
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Ciclista morreu no Hospital Regional de Ceilândia

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Frente do carro ficou destruída

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Acidente ocorreu em via entre Ceilândia e Samambaia

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Jailson morava no DF havia 15 anos e tinha uma filha de 2 anos

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Preocupado com a saúde, ele decidiu trocar o carro pela bicicleta para ir de Samambaia, onde morava, a Ceilândia, local do trabalho, todos os dias

Reprodução/Reprodução

 

Foi em um dia chuvoso em que Jailson acabou atropelado. Além da comprovada embriaguez, Luzia não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Acabou comigo e com a minha família”, disse a irmã.

Presa em flagrante, Luzia foi liberada após passar por audiência de custódia, fato que deixou Núbia indignada. “A juíza alegou umas atrocidades que, para mim, não fazem sentido. Infelizmente, uma pessoa dessas está em liberdade”, revolta-se.

Procurado, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TDFT) diz que não se manifesta sobre decisões judiciais. A Defensoria Pública, que atua no caso, também pontuou que “não se manifesta publicamente sobre a linha de defesa apresentada por investigados, a não ser que haja autorização destes”.

Neste momento de tristeza, Núbia diz que tem rezado muito para conseguir forças e seguir em frente. “Ainda preciso liberar o corpo no IML, talvez hoje [segunda] no final do dia. Tudo é muito triste, mas sei que Deus vai me ajudar”, ressaltou.

O que resta para a irmã da vítima são as lembranças do irmão, que era também um grande amigo. “Era uma pessoa queridíssima. Quem via pela primeira vez já ficava amigo”, destaca.

Outro caso

Também nesse fim de semana, um adolescente de 18 anos morreu enquanto trocava o pneu do carro. Ele foi atropelado por um motorista embriagado. O caso ocorreu na BR-020, próximo ao balão do Colorado.

De acordo com o Boletim de Ocorrência feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), a vítima, Gabriel Jorge Neves de Jesus, veio a óbito logo após ser atingido pela VW Amarok. O condutor, bêbado, que estava com CNH vencida e suspensa, nada sofreu. Ele ainda tentou fugir do local do acidente, mas pessoas que presenciaram o fato não deixaram.

Veja a repercussão do atropelamento e morte de Jailson nas redes sociais:

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