PCDF: médico da rede pública atendia em clínica durante expediente
Ele alega que aparelho do Hospital de Sobradinho não está funcionando e aproveita para fazer atendimentos na clínica privada, diz a polícia
atualizado
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Um médico da rede pública suspeito de atender em clínica particular no horário do expediente é alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). A ação, batizada de Bilocação, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (18/07/2019).
De acordo com as investigações, o oftalmologista Hélvio Durante é acusado de encaminhar pacientes da rede pública para sua clínica particular. Segundo a PCDF, ele agiria da seguinte forma: alega que um aparelho do Hospital Regional de Sobradinho não está funcionando e aproveita para fazer os atendimentos no estabelecimento de sua propriedade em horário de expediente.
São cumpridos três mandados de busca e apreensão: no Hospital Regional de Sobradinho, na clínica particular, localizada nas proximidades da unidade de saúde, e na residência do servidor público, no Sudoeste.
De acordo com a Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública (Cecor), outras condutas similares foram denunciadas à Polícia Civil e ao Ministério Público, sendo que todas serão apuradas e, caso confirmadas, os servidores serão processados criminalmente. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que a direção do hospital está colaborando com as investigações policiais.
O termo “bilocação” é o nome dado ao ato de alguém poder estar em dois lugares distintos ao mesmo tempo. O delegado-chefe da Cecor, Leonardo de Castro, pede para que eventuais vítimas e testemunhas procurem a Polícia Civil para registrar ocorrência.
Denúncia
O caso foi noticiado pelo Metrópoles em maio deste ano. A Secretaria de Saúde (SES) informou, à época, que iniciou processo administrativo para apurar a conduta do médico Hélvio Durante de Oliveira. Por meio de nota, a SES confirmou ter aberto o procedimento investigatório na Unidade Setorial de Correição Administrativa para apurar a denúncia. “Enquanto a apuração está em andamento, a Secretaria de Saúde não pode passar detalhes, respeitando o sigilo dos procedimentos”, pontuou a pasta.
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) também está apurando o caso, mas o processo segue em sigilo.
Hélvio recebe do GDF remuneração básica de R$ 27 mil. Considerando os descontos, o salário é de cerca de R$ 20 mil, conforme o Portal da Transparência.
Até a última atualização desta matéria, a reportagem não havia conseguido contato com o profissional ou a defesa dele.