PCDF investiga morte em série de gatos por envenenamento no Park Way
No último mês, voluntárias que cuidam desses animais encontraram sete felinos, alguns em decomposição, com sinais de envenenamento
atualizado
Compartilhar notícia
A morte repentina de sete gatos na quadra 28 do Park Way chamou a atenção dos moradores da região, que se dividem para alimentar e cuidar dos animais que vivem nas ruas da região administrativa. Alguns dos felinos foram encontrados já em avançado estado de decomposição, após desaparecem dias antes. Só na última semana, três morreram.
Os bichanos eram considerados animais comunitários. De acordo com a Lei 17.422/2012, este tipo de pet cria laços de dependência e de manutenção com moradores de determinada localidade, ainda que não possua um responsável único e definido.
Uma das protetoras responsáveis pelos gatos, Vanda Del Cistia Mell, conta que o projeto voluntário de resgate e castração começou no ano passado, com 25 gatos. Segundo ela, no endereço, muitos bichos aparecem em busca de alimento e refúgio.
“Nós construímos algumas casas de madeira para eles se abrigarem. Todos os dias, uma voluntária troca a água e a ração. Nós vamos resgatando, castramos e colocamos para doação. Porém, começamos a perceber que alguns desses gatos estavam indo embora e não voltaram mais”, conta Vanda.
Após notar o desaparecimento nas últimas semanas, as voluntárias começaram a buscar sinais desses animais na região, que fica próxima de uma mata. Até que encontraram dois deles mortos em um bueiro, e outro, alguns dias depois, perto de uma das casa de madeira. Todos com sinais de envenenamento.
“Ficamos mais atentas quanto ao número de gatos que frequentam a nossa quadra. É uma situação lamentável. Alguém percebeu que todos os dias alimentamos eles e se aproveitou disso para cometer essa crueldade. A dor do animal agonizando é pior do que a dor de um câncer”, ressalta a protetora.
Vanda relata que alguns moradores da região não são favoráveis ao projeto e gostariam que os felinos fossem para outra localidade. “Temos declarações por escrito de pessoas da comunidade que reclamam dos gatos estarem aqui. Tudo isso vai ser entregue à delegacia responsável pelo caso”, diz. Um boletim de ocorrência eletrônico foi registrado na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga a denúncia.
Para a protetora, o registro dessas mortes em uma quadra na qual os moradores se consideram ambientalistas é “uma grande ironia”. A protetora acredita que o envenenamento aconteceu em dias diferentes para que não levantasse desconfiança das voluntárias.
“A ocorrência desses assassinatos prejudica o trabalho que nós realizamos. Compreende muita dedicação, tempo e dinheiro para cuidar e resgatá-los. Quando eles estão castrados, permanecem na região. Não podemos admitir que mais animais sejam maltratados”, pondera Vanda.
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.