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PCDF investiga grupo que aplica golpe pelo WhatsApp em juízes, desembargadores e políticos

Na segunda (4/1), a corporação prendeu um estelionatário que se passava pelo governador Ibaneis Rocha (MDB)

atualizado

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Reprodução/PCDF
Homem preso pela PCDF
1 de 1 Homem preso pela PCDF - Foto: Reprodução/PCDF

A prisão do suspeito de aplicar golpe contra a ex-mulher do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), é apenas a ponta de um esquema sofisticado que mira autoridades como juízes, desembargadores e políticos que vivem na capital da República.

O esquema desenvolvido por estelionatários, baseado muitas vezes em outros estados, tem como principal objetivo convencer os integrantes dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo a transferirem dinheiro para contas bancárias administradas pelos golpistas.

Os casos apurados pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), ao longo de todo o ano passado, envolveram dezenas de vítimas, principalmente magistrados, deputados distritais e federais, além de, pelo menos, um desembargador.

Em forma de organizações criminosas, os grupos conseguem ter acesso a dados, sobretudo os de juízes que presidem associações de classe. Geralmente os bandidos têm acesso a listas cadastrais com milhares de informações, tais como nomes, endereços e telefones pessoais. Os bancos de dados são comercializados até em sites na internet.

Com o número de celular dos juízes presidentes de associações, os golpistas passam a entrar em contato com outros magistrados. “Eles inventam qualquer história, como a coleta de doações para financiar campanhas em prol de algum projeto de lei que esteja em andamento, por exemplo”, explicou o delegado-chefe da DRCC, Giancarlos Zuliani.

Com isso, os falsários, fazendo-se passar por presidentes de associações, ligam para juízes e pedem a doação em forma de transferência bancária. Até um desembargador foi alvo dos grupos.

Suposto governador

O caso mais recente ocorreu nesta semana, quando a PCDF prendeu, na segunda-feira (4/1), um dos homens responsáveis por se passar pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) com a intenção de aplicar golpes. O estelionatário preso em flagrante é vigilante de escolta armada e foi detido pela DRCC, que investiga o caso, dentro de uma empresa de segurança em Goiânia (GO).

Os policiais civis goianos ainda procuram mais dois suspeitos na cidade. Os investigadores apreenderam cartões com dados de vítimas. O segundo estelionatário não foi localizado e o terceiro tem várias passagens pela polícia.

Segundo o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, a ação rápida da DRCC viabilizou a prisão em flagrante. “As equipes conseguiram localizar o principal suspeito. Os outros dois já foram identificados e deverão ser presos em seguida. A resposta rápida da PCDF é fundamental para coibir esse tipo de crime”, afirmou.

Ataque a políticos

Em fevereiro de 2018, o então deputado federal Ronaldo Fonseca foi vítima do golpe. Após perceber que seu celular estava sem sinal, o parlamentar recebeu um alerta da companheira dizendo que a conta dele no WhatsApp ligada ao número funcional da Câmara dos Deputados estava enviando pedidos de depósitos bancários a contatos de sua lista telefônica.

“Eles mandaram mensagem no grupo da família. Minha esposa viu e achou estranho”, contou o parlamentar, à época. Nas mensagens, os criminosos iniciam um diálogo e questionam se o interlocutor possui conta no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Em seguida, pedem para o contato realizar uma transferência, sob pretexto que o limite bancário já havia sido ultrapassado e o valor seria ressarcido em breve.

Fonseca registrou boletim de ocorrência eletrônico e notificou os amigos a respeito do incidente. A reação, no entanto, não foi rápida o suficiente para impedir que dois contatos do deputado caíssem no golpe. Um conhecido realizou uma transferência no valor de R$ 2 mil, enquanto outro depositou R$ 1,7 mil e pagou um boleto de R$ 300. O político conta ter acionado a operadora telefônica. Foi identificada uma transação realizada por um homem que portava documento falso em loja de São Paulo.

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