PCDF indicia por injúria racial mulheres que humilharam jovem na web
Em depoimento à polícia, autoras optaram por ficar em silêncio. Ofensas foram publicadas na rede social de uma das mulheres
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou por injúria racial as mulheres que aparecem em uma gravação chamando o estudante de odontologia Matheus Antunes Silva (foto em destaque), 26 anos, de “preto”. O caso aconteceu em uma roda de amigas, no domingo (24/4), no Gama.
Em depoimento à polícia, as autoras optaram por ficar em silêncio. Segundo apurado pela reportagem, o inquérito será encaminhado à Justiça até o final desta sexta-feira (6/5).
“Esperamos uma pena no mínimo de 4 anos. Uma vez que a pena é de 1 a 3 anos de reclusão e multa, e por ocasião da divulgação da injúria racial na internet, poderá ser aumentada até o triplo”, entende o advogado Elias Soares da Costa.
Assista:
Entenda o caso
No vídeo publicado na rede social de uma das autoras, a jovem dispara: “É preto e ainda fica tirando os outros de tempo”. “Não passa um desodorante”, completa a segunda.
Tudo aconteceu em um campeonato de futevôlei na cidade. Matheus foi até o local, mas optou em não falar com as mulheres que o atacaram nas redes. Após isso, elas teriam feito o vídeo com as ofensas. “Só as conheço de vista da cidade, já conversei algumas vezes, encontrei em algumas festas, mas nada de amizade”, explica o estudante.
O ataque foi publicado na ferramenta “close friends”, do Instagram, onde permite apenas que usuários escolhidos possam visualizar a publicação. No entanto, acabou vazando na internet. “Eu não percebi nada no momento. Só vi depois, quando estava circulando na internet”, conta Matheus.
“Graças a Deus, eu tive uma educação muito boa. Minha mãe sempre me preparou para quando acontecesse isso, que eu precisava ser forte. Mas não vou dizer que estou bem, porque não estou. Eu fui humilhado na internet”, lamenta o jovem.
“Está difícil continuar nas outras áreas da minha vida. Estou muito triste e abalado; foi um trauma. Estou procurando me fortalecer em Deus, e que a Justiça possa me ajudar”, destaca Matheus.
O caso é tratado com o advogado da vítima e ainda não foi apresentado à polícia. “Esse evento totalmente desprovido de boa-fé deixou o Matheus muito abalado. Assemelha-se a terrorismo. Ele teve crise de pânico”, revela Elias. “Já foi atendido por um psicólogo para tentar amenizar um pouco os danos.”
Ainda nesta semana, uma ocorrência deve ser registrada. “Vamos processar essas pessoas que cometeram esse crime”, finaliza o defensor.
O Metrópoles tentou entrar em contato com as envolvidas, mas as redes sociais delas haviam sido apagadas. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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