metropoles.com

PCDF indicia dona de creche por homicídio doloso: “Ela se omitiu”

Marina Pereira da Costa é uma das proprietárias da creche onde a bebê Amariah Noleto, de 6 meses, morreu, em Planaltina

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles
bebê sorrindo
1 de 1 bebê sorrindo - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Apontada como suspeita pela morte da bebê Amariah Noleto, de 6 meses, Marina Pereira da Costa foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por homicídio doloso, com omissão imprópria.

A mulher é uma das donas da Creche da Tia Cleidinha, em Planaltina, onde a criança morreu, na tarde da última quarta-feira (20/10).

7 imagens
A creche fica na Vila Buritis, em Planaltina
A bebê de 6 meses morreu em 20/10/2021
Creche da Tia Cleidinha, em Planaltina, foi fechada
Bebê não resistiu
Delegado Veluziano de Castro, da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e responsável pelas investigações
1 de 7

Durante as diligências feitas no local, um investigador classificou a creche como "depósito de crianças"

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 7

A creche fica na Vila Buritis, em Planaltina

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 7

A bebê de 6 meses morreu em 20/10/2021

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 7

Creche da Tia Cleidinha, em Planaltina, foi fechada

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 7

Bebê não resistiu

Material cedido ao Metrópoles
6 de 7

Delegado Veluziano de Castro, da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e responsável pelas investigações

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 7

“Concluímos com base em várias outras declarações que ela (Marina) se omitiu dolosamente", disse o dlegado Veluziano de Castro, da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina)

Hugo Barreto/Metrópoles

“A gente imagina que ela ficou com raiva do choro da bebê e virou a criança. Isso ela conta para a gente. Nesse momento, a bebê talvez tenha ficado contra o colchão e acontecido uma asfixia”, explicou o delegado da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Veluziano de Castro, responsável pelas investigações.

Os investigadores chegaram até Marina, que é sobrinha da outra dona da creche, com o auxílio de testemunhas. Segundo a polícia, ao perceber que havia um problema com Amariah, ela deixou o local com a desculpa de levar uma criança. No trajeto, a menina ouviu Marina clamando para que a Amariah não morresse.

“Chama a atenção o fato de uma das crianças, que ela foi levar em casa, ter escutado: ‘Não deixa essa criança morrer’. Ou seja, ela tinha conhecimento”, detalhou o investigador.

“Concluímos com base em várias outras declarações que ela se omitiu dolosamente. Ela se omitiu, deixando a creche para criar um álibi de que não estava ali e não teria nada com a morte. Tivemos a segurança, com base nesses elementos e com imagens, de que ela se omitiu dolosamente”, reforçou Veluziano.

A PCDF indiciou Marina, e as investigações prosseguem para apurar as condições de funcionamento e a conduta da outra proprietária. “Ela [tia de Marina] se mostra muito distante da situação. Temos de apurar se ela também foi omissiva”, adiantou o delegado.

Maus-tratos

A 31ª DP também abriu investigação contra a Creche da Tia Cleidinha por maus-tratos. O caso veio à tona na última quarta-feira (20/10), quando a bebê Amariah morreu no local.

Segundo o delegado Veluziano, após a repercussão do caso, uma família procurou a unidade policial para denunciar o estabelecimento, que funcionava irregularmente.

“Uma mãe registrou ocorrência sobre uma possível situação de maus-tratos com o filho dela”, resumiu.

Audiência de custódia

Segundo testemunhas, a Creche da Tia Cleidinha, localizada na Vila Buritis, abrigava cerca de 40 crianças, mas tinha apenas um berço para todas elas. O leito dos pequenos era dividido por lençóis, para que mais de uma criança conseguisse dormir ao mesmo tempo.

Os bebês eram colocados em sacos de dormir sem aberturas, que impediam a movimentação dos braços, e o quarto era trancado. “Uma sala de 13 metros com mais de 30 crianças, vários dormindo no chão, em bebê-conforto, tudo muito insalubre”, descreveu um dos investigadores do caso ao Metrópoles. O estabelecimento cobrava R$ 300 por mês para que os pequenos ficassem lá em tempo integral.

Ainda segundo as testemunhas, Amariah foi encontrada de bruços dentro do berço. “Tudo indica que a criança virou de bruços e o pano caiu sobre o rosto dela. Ela ficou no saco sem poder se mexer, passou mal e não recebeu nenhum atendimento”, destacou o investigador. Os pais só descobriram que a filha estava morta quando chegaram para buscá-la.

Ainda de acordo com os agentes, os médicos que atenderam o bebê no Hospital Regional de Planaltina (HRP) contaram que a criança chegou ao local com palidez acentuada. Como o hospital da região não fica distante de onde funciona a creche, os investigadores acreditam que as cuidadoras demoraram a ver que Amariah passava mal.

A 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que investiga o caso, prendeu Marina Pereira da Costa. A acusada vai passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (22/10).

O Governo do Distrito Federal (GDF) informou que a instituição não é cadastrada na Secretaria de Educação.

Reação das funcionárias

Horas após a morte da bebê, funcionárias trocaram mensagens em tom de preocupação. Marina chegou a escrever para uma funcionária da creche que ela e Cleide, outra dona da creche, estariam “fudidas”.

As conversas por meio do WhatsApp estão em poder da polícia. O diálogo começa com Marina – que é sobrinha da dona de Cleide – dispensando a funcionária de trabalhar no dia seguinte, porque o local ficaria de luto após o óbito de Amariah.

Veja os diálogos:

2 imagens
1 de 2

Material cedido ao Metrópoles
2 de 2

Material cedido ao Metrópoles

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?