PCDF indicia “Don Juan” por vazar nudes de mulheres na internet
Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do acusado. Deam tenta identificar outras vítimas do motoboy
atualizado
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A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam I) cumpriu, nesta quinta-feira (22/7), mandado de busca e apreensão na residência de um motoboy, de 36 anos, acusado de divulgar fotos, com conteúdo sexual, sem a autorização da vítima em grupos de WhatsApp. O caso foi revelado pelo Metrópoles em 9 de julho deste ano.
Na casa do suspeito, os policiais apreenderam celular, computador e pendrive. Em seguida, o motoboy confessou a prática do crime, acrescentando que havia sido processado por fato semelhante.
Os objetos foram encaminhados à perícia. O acusado foi indiciado pelo crime de divulgação de fotos íntimas sem autorização da vítima, com pena de 1 a 5 anos.
Ele, entretanto, responderá ao crime em liberdade porque não houve prisão em flagrante. Enquanto isso, a Deam I tenta identificar mais vítimas. “Ele próprio fala que filmou e tirou fotos de outras pessoas”, explica o delegado Thiago Hexsel.
Entenda o caso
Um grupo formado por 10 mulheres se reuniu para juntar provas contra o motoboy, que teria filmado, fotografado e publicado cenas de sexo com elas em grupos de WhatsApp. Uma das vítimas descobriu que fotos e vídeos íntimos dela foram parar na internet após ser alertada por mensagens em seu perfil no Instagram.
De acordo com a mulher, ele teria exibido dezenas de imagens no grupo, entre piadas e comentários machistas. Os prints foram salvos por integrantes do grupo em que o homem se gabava pelas noites de sexo.
Uma das mulheres que conversou com o Metrópoles disse ter conhecido o motoboy por meio de um aplicativo de relacionamentos. “Saímos algumas vezes e nos relacionamos sexualmente, sim. Ele tirou fotos minhas, e eu imaginei que ele guardaria, não que jogaria em um grupo. Houve, no entanto, a gravação de um vídeo sem o meu consentimento”, explicou.
O outro lado
Antes do caos envolvendo vazamento dos nudes, o motoboy havia sido preso e respondido a processos penais. Ele foi sentenciado após cometer crime de violência doméstica, detido em dezembro de 2020 e solto em março deste ano, depois de ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica por 90 dias. Também se envolveu em um caso de homicídio culposo no trânsito, em 2006, e em uma ocorrência de injúria.
Procurado pela reportagem, o motoboy se defendeu alegando que, no caso das 10 mulheres que se reuniram para juntar provas contra o vazamento de fotos e vídeos íntimos, nenhuma delas foi alvo de exposição. “Confesso, sim, que publiquei fotos e vídeos de mulheres, mas são casos antigos, que não envolvem nenhuma dessas mulheres que estão me denunciando”, alegou.
O motoboy também confirmou que tinha necessidade de autoafirmação; por isso, fazia as postagens de momentos entre quatro paredes com mulheres que ele conquistava. “Depois de cometer esses erros, me arrependi e pedi desculpas no grupo. Mesmo assim, algumas pessoas se juntaram para denegrir e minha imagem e me prejudicar. Posso garantir que, recentemente, não divulguei nem compartilhei fotos e vídeos íntimos de nenhuma dessas mulheres que estão querendo me prejudicar”, finalizou.