PCDF espera dono de carro que arrastou mulher se apresentar
Proprietário da Mercedes-Benz branca é aguardado na 12ª DP (Taguatinga Centro). Vendedora de balões está traumatizada
atualizado
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A 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) espera que o empresário dono da Mercedes-Benz Cla 45 AMG automática, de cor branca, se apresente a qualquer momento. Segundo testemunhas, o veículo arrastou uma vendedora de balões por cerca de 100 metros na noite de sábado (15/06/2019). Depois, o motorista fugiu.
A vítima, Marina Izidoro de Morais, de 63 anos, foi arrastada após se negar a dar desconto no preço nos balões. A reportagem foi até a casa do empresário na manhã desta segunda-feira (17/06/2019), em um condomínio de Taguatinga Sul, e confirmou que o carro pertence a ele. No entanto, não conseguiu contato com os moradores.
O delegado Paulo Almeida disse que a PCDF está colhendo versões de testemunhas e da própria vítima na tentativa de identificar o autor: “Tem várias pontas soltas que precisamos amarrar para saber o que ocorreu, como e por qual motivo até mesmo para que possamos qualificar o crime”. Entre as possibilidade estão lesão corporal, furto e até tentativa de homicídio: “Alguns fatores são considerados agravantes para o caso, como o fato de o autor ter fugido do local sem prestar socorro, o pequeno valor dos objetos, a própria idade da vítima e, também, por ela ter sido arrastada”.
Não se sabe se o dono do automóvel estava ao volante na hora em que a trabalhadora foi arrastada. Por esse motivo, a polícia ainda não divulgou o nome dele. A defesa do empresário se comprometeu a apresentá-lo ainda nesta segunda (17/06/2019) e informou que só se manifestaria depois.
Ainda se recuperando do susto, dona Marina descreveu o pânico vivido durante o episódio. “O que eu senti foi desespero. Foi uma cena horrível. Eu não desejo que nenhuma pessoa passe por isso, nunca. Desde ontem (domingo), quando acordei, toda hora que eu lembro, começo a chorar”, contou.
Ela disse que trabalha há quatro anos vendendo balões e nunca imaginou que passaria por situação semelhante. Marina é diarista, passa roupas em casa de famílias e, aos fins de semana, vende balões para aumentar a renda.
“Estou muito abalada e não conseguirei trabalhar esta semana. Fica o trauma e não sei se ainda quero continuar vendendo balões. Desmarquei todos os meus compromissos. Naquele momento, vi a morte. Não fiquei desacordada. Lembro exatamente de como tudo aconteceu”, destacou.
Dona Marina pede justiça. “Não consigo perdoar o que fizeram comigo. Espero que eles sejam localizados rapidamente. O que esse casal fez comigo foi uma tentativa de homicídio. Uma cena de terror”, assinalou.
Arrastada por 100 metros
O caso ocorreu na noite de sábado (15/06/2019), na Área Especial 1, em frente ao colégio Marista, Taguatinga Sul. A mulher disse que está traumatizada e acredita ter nascido. “Não está doendo nada, só ardendo. Eles me arrastaram e a minha minha cabeça ficou presa entre as rodas do carro. Pensei que fosse morrer”, frisou, enquanto recebia atendimento do Corpo de Bombeiros.
Assista ao vídeo:
A vítima relatou que trabalhava no local quando o motorista do Mercedes-Benz aproximou-se dela e pediu três balões. Enquanto a vendedora separava os itens solicitados, a passageira, no banco do carona, pediu um desconto. Como Marina se recusou a vender o produto mais barato, a mulher puxou os balões da mão da idosa e fechou o vidro. Nesse momento, o condutor do carro arrancou em alta velocidade.
Os balões estavam amarrados ao braço de Marina e ela acabou sendo arrastada pelo carro. Somente parou quando as bexigas se soltaram. O motorista usava uma camisa do Flamengo, segundo a vítima.
Testemunhas contaram que, após a ação, o motorista do carro de luxo, adquirido por R$ 220 mil em dezembro do ano passado, fugiu da cena do crime. A vendedora foi socorrida pelo CBMDF e encaminhada para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ela sofreu diversas escoriações pelo corpo.
A trabalhadora prestou queixa na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), mas a investigação está a cargo da 12ª DP (Taguatinga Centro). A ocorrência foi registrada como lesão corporal.