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PCDF entrega à CPI laudo de perícia feita em celular de Dominguetti

O laudo feito por peritos criminais foi concluído ainda nesta sexta-feira (2/7) e entregue à CPI da Covid, no Senado

atualizado

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Instituto de criminalística
1 de 1 Instituto de criminalística - Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

O celular de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply no Brasil, foi periciado no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o laudo foi entregue, nesta sexta-feira (2/7), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O aparelho foi apreendido nessa quinta-feira (1º/7), durante depoimento de Dominguetti à comissão, no Senado.

O laudo feito por peritos criminais. Ainda nessa quinta, policiais extraíram os dados do aparelho e os “espelharam” em um arquivo, para que os membros da CPI pudessem analisar o conteúdo. As informações contidas no celular ainda não foram divulgadas pelos integrantes da CPI.

Depoimento

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, reafirmou na CPI da Covid ter recebido a proposta em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. Durante o depoimento, Dominguetti também acusou o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ter tentado negociar vacinas, teve celular apreendido e a prisão pedida.

Segundo Dominguetti, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, teria pedido a propina, no dia 25 de fevereiro.

“O pedido foi exclusivamente de Roberto Dias. O valor era de um dólar por dose. Oferecemos a US$ 3,50 a primeira proposta. A Davati estava ofertando ao Ministério da Saúde 400 milhões de doses”, disse Dominguetti.

A suspeita de pedido de propina de US$ 1 por dose de imunizante contra o novo coronavírus fez com que a CPI da Covid antecipasse o depoimento de Dominguetti. Assim, ele foi ouvido nesta quinta-feira (1°/7), em lugar de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa intermediária nas negociações entre o laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, e o Ministério da Saúde.

Veja como foi:

Dominguetti afirmou, durante o depoimento, que o deputado federal Luis Miranda teria procurado a empresa e o procurador da Davati, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar compra de vacinas. O vendedor destacou que, após protocolar proposta de venda no Ministério da Saúde, diversos assessores e parlamentares passaram a procurar a empresa para se oferecer como intermediador das negociações.

“Tenho informação que parlamentar tentou negociar busca por vacinas dentro da Davati. Isso eu tenho. A informação que tenho é de um: o que aqui que fez acusação contra o presidente da República”, declarou o vendedor, referindo-se a Miranda.

E colocou um áudio em que, supostamente, o parlamentar teria conversado com Cristiano (ouça aqui o áudio). O deputado nega que o diálogo fosse sobre vacinas e até foi a um cartório para comprovar que gravação é de 2020. Da mesma forma, Miranda afirmou que vai pedir à CPI a prisão de Dominguetti.

Então, a mesa da CPI da Covid determinou a apreensão do celular de Dominguetti para periciar o áudio divulgado pelo empresário atribuído ao deputado federal.

Após o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pedir a prisão de Dominguetti, o presidente da CPI, Omar Aziz, disse que não o prenderia. “Não tenho nenhuma intenção de prendê-lo. Não irei lhe prender porque imagino seus filhos, sua esposa lhe vendo neste momento. Aquilo que a gente não quer para gente, não deseja para os outros”, disse o senador.

Acordo verbal

No início do depoimento, Dominguetti disse que havia um acordo inicial verbal onde tinha o consentimento da Davati para que representasse a empresa na negociação com o Ministério da Saúde. “O CEO da Davati solicitou a minha inclusão na proposta ao ministério, para validar”, contou, referindo-se a Cristiano Alberto Carvalho.

Dominguetti garantiu ter relação de intermediação com a empresa e, assim, começou os contatos com o MS. “Estive três vezes no Ministério da Saúde ofertando as vacinas. Nossa parceria começou em janeiro e foi oficializada mesmo em meados de abril”, apontou.

“Roberto Dias sempre pôs o entrave no sentido que se não se majorasse a vacina na aquisição por parte do ministério. Na conversa, ele disse que a pasta dele tinha o orçamento que poderia compor a compra da vacina”, continuou.

Dominguetti deu detalhes do encontro. Ele disse ter sido apresentado ao ex-diretor de Logística pelo tenente-coronel Marcelo Blanco. “Não tinha o contato, nunca conversei com Roberto Dias. Não o conhecia. Era entre Blanco e o CEO da Davati. Até que sugeriram uma vinda minha a Brasília para tratar dessa aquisição dessas vacinas”.

Dias foi exonerado na manhã de quarta-feira (30/6). O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, nomeou o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes como substituto eventual.

À Folha de São Paulo, Dominguetti afirmou que a empresa Davati buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com proposta de US$ 3,5 por dose (depois disso, passou a US$ 15,5). “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, afirmou o depoente desta quinta.

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Luiz Dominguetti,  representante da Davati
Depoimento de Dominguetti foi antecipado
Dominguetti chega à CPI
Luiz Dominguetti é ouvido na CPI da Covid
Luiz Dominguetti depõe na CPI da Covid
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Dominguetti denunciou suposto pedido de propina por parte de integrante do Ministério da Saúde

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Luiz Dominguetti, representante da Davati

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Depoimento de Dominguetti foi antecipado

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Dominguetti chega à CPI

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