PCDF diz que Wassef não cometeu assédio antes de briga em restaurante
Adroaldo Juliani, que teria perseguido o advogado do presidente Bolsonaro com uma faca, foi indiciado por tentativa de homicídio
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu o inquérito sobre a briga envolvendo o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, no restaurante Chicago, na QI 11 do Lago Sul, no dia 21 de agosto. Segundo a polícia, Wassef é a vítima da situação.
Na ocasião, o advogado foi perseguido por Adroaldo Juliani, 65 anos, com uma faca na mão. Adroaldo o acusava de ter assediado a esposa dele, Marcia Juliani, 53. A polícia indiciou o agressor por tentativa de homicídio.
O inquérito foi assinado em 18 de setembro pelo delegado Sérgio Bautzer, da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). O relatório afirma que as imagens das câmeras de segurança do restaurante em que aconteceu a briga mostram que Wassef em nenhum momento se aproximou de Márcia.
“As filmagens mostram com nitidez e clareza que a vítima Frederick Wassef não foi e muito menos chegou perto do banheiro feminino ou de Márcia […] pelas imagens, verifica-se que Frederick Wassef sequer se encontrava dentro do restaurante, tendo ele ficado na rua e na calçada, do lado de fora do restaurante, em pé, e durante todo o tempo falando em seu telefone celular, sozinho, caminhando de um lado para outro da calçada”, escreveu Bautzer.
Versão do casal
Em depoimento, Adroaldo Juliani, que disse ser simpatizante do presidente Jair Bolsonaro, relatou que cumprimentou Wassef ao sair do restaurante no horário do almoço. E, ao chegar em casa, ouviu a mulher relatar que o advogado havia “falado besteira” na saída do banheiro, segundo a ocorrência.
O marido entendeu que a esposa havia sido alvo de assédio, pegou o carro e voltou ao restaurante para confrontar Wassef. “Safado, sem vergonha. Atacando mulher no banheiro”, gritou o marido, como mostrou uma das gravações em vídeo.
Em depoimento na delegacia, a esposa afirmou que corroborava com o relato apresentado pelo marido. Mas considerou que houve um “mal-entendido”. Argumentou que, ao mencionar a “besteira” dita por Wassef na saída do banheiro, ela “se referia a conversas sobre políticas bolsonaristas”. A mulher alegou ter posição crítica sobre o governo Bolsonaro.
Veja vídeos do caso: