PCDF desarticula grupo criminoso que desviou R$ 70 milhões de plano de saúde
Os investigados, em sua maioria, são gestores e funcionários da empresa. Ação ocorre simultaneamente em diversos estados
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quarta-feira (20/1), uma megaoperação que visa desarticular organização criminosa acusada de desviar cerca de R$ 70 milhões de uma empresa de plano de saúde. Os investigados, em sua maioria, são os próprios gestores e funcionários da companhia.
Batizada de Operação Loki, ou Pai da Mentira, segundo a mitologia grega, a ação ocorre simultaneamente no Distrito Federal, em Goiás, em Mato Grosso e em Rondônia. Na capital federal, buscas são cumpridas no Setor Comercial Sul, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), no Guará, na Asa Norte, em Águas Claras, na Colônia Agrícola Riacho Fundo e no Gama. No total, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.
Policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) analisaram 380 mil movimentações bancárias e fiscais registradas entre 2013 e 2018. Segundo a PCDF, diretores, contadores e alguns funcionários do plano de saúde desviaram ilegalmente valores milionários para microempresas vinculadas a amigos e familiares dos próprios dirigentes, sem a existência de contratos formais e emissão de notas fiscais que dessem suporte às transações.
Um dos fatos que chamou a atenção dos policiais foi que a microempresa especializada em serviços de chaveiro recebeu, de forma fraudulenta, pelo menos R$ 3 milhões do plano de saúde.
Outra fraude foi identificada em transações repassadas a uma empresa que trabalha com produção e venda de cana-de-açúcar e produtos agropecuários – serviços que não estão em consonância com a atividade desenvolvida pela operadora do plano de saúde.
A Corf também constatou o uso de documentos falsos para dar aparência lícita às movimentações efetivadas, bem como a incompatibilidade de movimentações bancárias das pessoas investigadas em relação às atividades profissionais exercidas. Ou seja, os agentes verificaram que a quantia repassada às empresas privadas era transferida para as contas pessoais dos diretores e funcionários do plano de saúde e que os investigados mantinham um padrão de vida incompatível com o salário.
A área de atuação do plano de saúde compreende a região Centro-Oeste e o estado de Tocantins. A empresa tem 55 mil associados. O nome da operadora não foi divulgado, pois o caso segue em apuração. Os crimes investigados são falsidade ideológica, falsificação de documentos, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A ação contou com apoio de policiais dos estados e também teve auxilio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela fiscalização dos planos de saúde. Foi a ANS quem identificou as primeiras operações fraudulentas.