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PCDF apreende 70 armas em operação contra fraude em registros no Exército

A megaoperação foi realizada com auxilio de militares da Polícia do Exército (PE)

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A Operação Cricket deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta terça-feira (26/1), resultou na apreensão de 70 armas de fogo e milhares de munições. É a maior apreensão de armas realizada pela corporação neste ano. Equipamentos como silenciadores e carregadores também foram localizados. A megaoperação foi realizada com auxilio de militares da Polícia do Exército (PE).

A ação teve como alvo um grupo criminoso organizado, com base em Brasília e voltado, há dois anos, à posse, ao porte e ao comércio ilegais de arma de fogo. De acordo com a corporação, o Exército contribuiu com as investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).

As diligências tiveram início há seis meses. A PCDF aponta que militares da ativa do Exército Brasileiro, integrantes do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados de algumas Organizações Militares vinculadas à 11ª Região Militar, associados a vários despachantes e Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), faziam a inserção de dados e informações falsas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mediante pagamento de vantagens ilícitas.

“O Exército Brasileiro robusteceu tudo aquilo que havia sido levantado pela Polícia Civil. Se nós conseguimos alcançar todos os alvos hoje e trazer a maior apreensão de arma de fogo, do ano, aqui da PCDF, é porque o Exército foi um grande parceiro e trouxe informações fundamentais. Acreditamos que, agora, aquele que tiver acesso a arma de fogo vai ter de cumprir, de fato, todos os procedimentos”, detalhou o delegado Fernando Cocito, diretor da DRF.

Foram cumpridos seis mandados de prisão e 26 de busca e apreensão nas seguintes cidades: Samambaia, Ceilândia, Riacho Fundo, Planaltina, Cidade Estrutural, Núcleo Bandeirante, Gama e Luziânia (GO), que fica no Entorno do DF. Participaram da operação 165 policiais. Outras três pessoas foram presas em flagrante.

“Identificamos que alguns ex-militares atuavam na condição de despachantes e usavam da influência com os servidores da ativa através de pagamentos de vantagens indevidas para que os servidores fizessem vista grossa com relação ao laudos psicológicos, falsas habilitações técnicas e inclusive os antecedentes criminais, que eram tirados em outra unidade da federação. Tudo para burlar a lei. As armas iam para as mãos de crininosos”. destacou o coordenador da Corpatri, André Leite.

 

A intenção, segundo os investigadores, era fazer a concessão ou revalidação dos Certificados de Registros (CR) de CACs e do Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) a pessoas que não preenchiam os requisitos legais.

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Armas apreendidas durante a Operação Cricket

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Ao todo, foram identificadas 18 pessoas que integram o grupo criminoso, criado para ludibriar a administração militar, especialmente o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados, com o fim de facilitar a posse, o porte e a comercialização clandestina de armas de fogo e munições no Distrito Federal e no estado de Goiás.

“Infelizmente, a apuração demonstrou que criminosos conseguiram autorização para a compra e a venda de armas de fogo e munições, bem como registros de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, burlando o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro”, acrescentou o diretor da DRF.

A investigação apontou que a associação criminosa era composta pelos seguintes núcleos:

Militares do Exército Brasileiro e despachantes: tinham a função de, mediante pagamento de vantagens pecuniárias pelos denominados “despachantes”, burlar o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados, vinculado à 11ª Região Militar, possibilitando que dezenas de pessoas, dentre elas, criminosos contumazes, consigam autorização para a compra e a venda, aparentemente legal, de armas de fogo e munições, além da obtenção de registros de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores. No decorrer da investigação, foi possível elucidar a participação de seis pessoas nessas funções.

Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs): indiscriminadamente e de forma absolutamente ilegal, promovem caçadas ilícitas, maculando espécies protegidas da fauna brasileira; portam, sem qualquer controle dos órgãos de fiscalização, armas de fogo durante o dia e à noite em todo o território nacional; vendem, cedem e emprestam armamentos; produzem milhares de munições; e guardam e armazenam centenas de quilos de pólvora e insumos explosivos para fabricação de munições, em locais completamente inapropriados. No decorrer da investigação, foi possível elucidar a participação de 14 pessoas nessas respectivas funções.

Armeiros: responsáveis pela manutenção e modificação do armamento adquirido pelo grupo criminoso. Apurou-se a participação de uma pessoa na respectiva função.

Fraudador: responsável pela obtenção de atestados e laudos formal e materialmente falsos, documentos estes que possibilitam os indivíduos beneficiados pelas condutas do grupo criminoso, e pela obtenção de Certificados de Registro, sem os devidos e necessários trâmites legais, como exames de conhecimento, prática de tiro, entre outros. No curso da investigação, foi possível verificar a participação de uma pessoa na respectiva função.

Negociantes: responsáveis, após contato direto com o núcleo central do grupo, por vender e repassar, de forma absolutamente ilegal, os armamentos adquiridos indiscriminadamente pela estrutura criminosa. As investigações apontaram a participação de três pessoas na respectiva função.

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