PCDF analisará imagens de prédio onde síndico ameaçou envenenar cães
Todos os envolvidos foram ouvidos na 3ª DP ao longo desta quinta-feira (23/7)
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pediu, nesta quinta-feira (23/7), que o Bloco B da SQSW 103, no Sudoeste, conceda as filmagens de câmeras de segurança do prédio. A gravação permitirá a continuidade das investigações sobre a ameaça feita pelo síndico de colocar veneno na área verde do local para matar cães. As partes envolvidas prestaram depoimento na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho) ao longo do dia.
De acordo com o delegado-chefe Ricardo Viana, o síndico João Carlos Bruno confirmou que fez a ameaça. “Ouvimos todos aqui e temos as versões. O homem disse que falou mesmo que ia colocar o veneno e agora vamos atrás de mais elementos”, disse.
Uma das partes importantes da investigação é entender se a alegação de que os cachorros estavam defecando e urinando no parque de areia é verdadeira. “O síndico diz que é prática recorrente da dona das cadelas ir lá e deixar que andem pelo parquinho. Pedimos as câmeras de segurança para confirmar isso”, contou Viana.
Para o delegado, o inquérito não será demorado. “Até semana que vem devemos fechar isso e encaminhar para a Justiça”, adiantou.
O caso
Em um vídeo que ganhou as redes sociais nessa quarta-feira (22/7), o síndico discute com mulheres que estavam passeando com os animais de estimação e afirma: “Se vier cachorro aqui, vai morrer”.
Para a reportagem, João Carlos disse que uma mulher andava com as duas cadelas dentro de um parquinho de areia e ele teria lhe pedido para sair do local. Com a recusa, o síndico resolveu fazer a ameaça. “Falei que colocaria, mas só para encher o saco dela. É cheio de criança aqui no prédio, não posso botar veneno”, ressaltou.
Veja o vídeo:
No entendimento dele, a área do pilotis do prédio é particular, sendo injustificado qualquer pessoa que não seja moradora passar por ali. “O GDF diz que a área é pública se for lugar de passagem. Aqui não tem caminho para lugar nenhum, só um parquinho e uma horta do prédio”, explicou.
Apesar de confirmar que não colocará veneno na grama, Bruno voltou a dizer que não toleraria mais cachorros circulando pelo parque de areia. “Se trouxerem de novo, eu solto o meu cachorro em cima dos outros. Ele até já arrancou o olho de um outro aí”, disparou.
Já de acordo com a estudante Isabella Caetano, 24 anos, a confusão começou quando a mãe dela passeava com as duas cachorrinhas da família. “Somos moradoras de outro prédio na mesma quadra. No momento em que ela passou pelo prédio, veio esse homem aos gritos dizendo que ali era área particular, sendo que é pública”, contou.
No vídeo gravado por ela, o homem é claro ao dizer que não quer que animais circulem pelo gramado. “Cachorro anda na quadra”, diz ele nas imagens. Em outra parte da discussão, o síndico faz a ameaça de espalhar veneno na área: “Vou colocar porque aqui não é lugar de andar cachorro”.
A estudante chegou, inclusive, a registrar um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investigue o caso.