PCDF acredita que amigos de jovem picado por Naja tenham ocultado provas
A família Pedro Henrique também será ouvida, inclusive o padrasto, o coronel da PMDF Eduardo Condi
atualizado
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Policiais da 14ª Delegacia de Polícia (Gama) investigam se houve ocultação de provas no caso da cobra que picou um estudante de veterinária. A Naja kaouthia estava desaparecida e foi localizada pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), no início da noite dessa quarta-feira (8/7).
A serpente estava dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Píer 21, no Setor de Clubes Sul. A Polícia Civil (PCDF) acredita que pessoas próximas ao estudante podem ter ocultado provas, uma vez que animal foi adquirido por meio de contrabando. A família dele será ouvida, inclusive o padrasto, o coronel da PMDF Eduardo Condi. A reportagem tenta contato com ele. O espaço para manifestações está aberto.
Os investigadores vão analisar como a cobra foi levada do Guará, onde o jovem mora com a família, até o Setor de Clubes. Os depoimentos colhidos nessa quarta também serão levados em consideração. Os policiais não descartam a hipótese de que pessoas ouvidas na delegacia tenham omitido informações.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também participa das apurações. A Naja está na lista das serpentes mais venenosas do mundo. Quem criava o animal exótico era o universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos. Ele está internado, em coma induzido, na UTI do hospital Maria Auxiliadora, no Gama.
Veja imagens da Naja após a apreensão pelo Batalhão de Polícia Ambiental do DF:
Veja fotos do caso:
De acordo com o comandante do BPMA, major Elias Costa, o animal é muito agressivo, mas estava tranquilo no momento da captura, saudável e aparentemente era bem cuidado.
Conforme a Polícia Militar, após muitas conversas com pessoas ligadas ao estudante Pedro Henrique, um amigo do universitário indicou o local onde o animal teria sido deixado. Assim, foi possível localizar a serpente e capturá-la.
Mais cedo, policiais civis e agentes do Ibama chegaram a realizar buscas em endereços ligados ao universitário, na tentativa de localizar e apreender a serpente. Mas não houve sucesso nas operações.
Tráfico e multa
A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos.
Segundo o Ibama, no DF não existe registro, nos últimos anos, da entrada legal de uma serpente dessa espécie. “Vamos apurar a procedência desta cobra, que naturalmente não chegou ao DF pelas vias normais de importação”, afirmou uma fonte policial ouvida pelo Metrópoles.
Em nota divulgada nesta noite, o Ibama destacou que o criador, que está hospitalizado, não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico.
“Assim que o animal for localizado, o Ibama emitirá multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil, e ser aplicada ao criador ou ao proprietário da residência onde permanecia”, informou o instituto. “O órgão fará uma consulta às instituições habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zoológico e institutos de pesquisa”, completou.
Confira a íntegra da nota do Ibama:
“O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que acompanha o caso de uma cobra, supostamente do tipo naja, que picou um homem no Distrito Federal nessa terça-feira, 7. O criador, que está hospitalizado, não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico – a legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim.
Os fiscais ainda trabalham para encontrar a cobra, que somente poderia ser criada para fins comerciais, no caso de instituições farmacêuticas, ou com intuito de conservação, ou seja, quando o animal não pode voltar à natureza. Para isso, o responsável precisa ter autorização emitida por órgão ambiental estadual e seguir regras para a criação, como mantê-la em local apropriado.
Assim que o animal for localizado, o Ibama emitirá multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil, e ser aplicada ao criador ou ao proprietário da residência onde permanecia. O órgão fará uma consulta às instituições habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zoológico e institutos de pesquisa.
O Ibama acrescenta que a Polícia Civil também atua no caso.”