“Patriotas” do QG de Brasília montam “barraca de confissão” para “abandonar pecados”
Autointitulados “patriotas”, bolsonaristas que estão no local há mais de 50 dias montaram tendas para celebrações e confissões religiosas
atualizado
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Às vésperas do Natal, “patriotas” acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília promoveram uma celebração religiosa, na manhã desta sexta-feira (23/12). O grupo se reuniu sob uma tenda, onde há uma espécie de altar com imagens e quadros de santos católicos.
Com um microfone, o responsável por conduzir a cerimônia religiosa orientou que, após a celebração, os participantes passassem na “barraca de confissão” para “abandonar os pecados”. O espaço para confissão também fica sob uma tenda do acampamento.
Entre as diversas faixas instaladas pelos manifestantes sob a tenda, uma cita oração a Nossa Senhora das Lágrimas: “Oh, virgem dolorosíssima, vossas lágrimas derrubaram o império infernal”.
Bolsonaristas acampados no DF montam árvore de Natal em frente ao QG
Gambiarra para celular
Sem pontos de eletricidade, os bolsonaristas montaram uma gambiarra para recarregar a bateria dos celulares. Eles penduraram um longo cabo de energia em uma espécie de varal e conectaram diversos carregadores de telefone ao fio.
Para segurar os celulares, os acampados usaram garrafas de água, refrigerante e caixas de leite cortadas ao meio. Dessa forma, podem ficar sentados e usar o aparelho enquanto ele recarrega. Como não há cabos para todos, os bolsonaristas se revezam em filas.
Decoração de Natal
Às vésperas do Natal, celebrado neste domingo (25/12), alguns dos bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília entraram no clima do feriado e montaram uma árvore natalina, com enfeites vermelhos e dourados, em uma das barracas.
A decoração natalina sinaliza que os bolsonaristas não pretendem deixar o QG, mesmo após o influencer bolsonarista Paulo Generoso — que costumava incentivar os protestos — publicar um vídeo nas redes sociais com pedido para que o grupo deixasse o local e voltasse para casa.
“A orientação nesse momento é que quem está se manifestando, está em frente aos quartéis, tenha liberdade e vá passar o Natal com as suas famílias. Infelizmente, a gente imaginava que pudesse celebrar a ceia em frente ao quartel, celebrando um desfecho favorável, mas, por enquanto, não é possível”, lamentou, com expressão de desânimo.