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Parlamentares reagem às mortes de crianças em UPA: “Quebrava tudo”

Deputados distritais de oposição e da base governista se manifestaram após a morte das três crianças. Senadora Leila apontou caos na Saúde

atualizado

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1 de 1 Foto fachada CLDF - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Os parlamentares do Distrito Federal reagiram às mortes de três crianças após suspeita de negligência médica. Em um mês, três casos vieram à tona com denúncias de pais. A situação uniu deputados de oposição e do governo cobrando explicações para os óbitos.

“É inadmissível uma pessoa morrer porque não tem uma viatura para fazer o transporte”, disse o deputado da base governista Jorge Vianna (PSD), que foi o primeiro distrital a subir à tribuna.

O deputado Chico Vigilante (PT) sugeriu a convocação da secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e do diretor do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Juracy Cavalcante. “A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) não pode ficar assistindo a esta situação”, disse o parlamentar.

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Segundo a família, houve negligência e demora no atendimento
Mais um bebê morre na UPA do Recanto das Emas
Caso será investigado pela 27ª DP
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Anna Júlia agonizou de dor por dois dias enquanto esperava atendimento

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O petista destacou que o convite é para que seja encontrada uma saída em conjunto para “tão grave problema”.

Na mesma linha, o deputado distrital Max Maciel (Psol) disse o que faria se fosse um filho dele morrendo com falta de atendimento na rede pública. “Eu tacava fogo, quebrava tudo”, afirmou.

O psolista justificou, em seguida, alegando que “o maior vandalismo é um Estado deixando que pessoas morram sem assistência”. Maciel faz referência aos episódios em que pais alegam negligência médica como causa da morte dos filhos.

“Caótico”

Presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, o deputado Gabriel Magno (PT) classificou a saúde pública como “caótica”.

“É com indignação que vemos as mortes de crianças à espera de atendimento”, ressaltou o parlamentar. Ele responsabilizou o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). “O Iges está acabando com a vida das pessoas, e é literal”, destacou.

Outro da base que teceu comentários sobre o caso foi o deputado Joaquim Roriz Neto (PL). Ele prestou solidariedade às famílias das crianças e disse que o que pode ser feito agora “é trabalhar o máximo possível para que isso não aconteça novamente”.

O deputado Thaigo Manzoni (PL) disse que a Saúde do DF apresenta dificuldades todo dia. “O problema, provavelmente, está na dependência do Estado”, especulou.

A deputada Dayse Amarilio (PSB) relatou a peregrinação das crianças pelas unidades de saúde, sem sucesso. E a deputada Paula Belmonte (Cidadania), relembrando história pessoal, declarou, emocionada: “Sei a dor da perda de um filho”.

Senado Federal

As mortes também repercutiram no Senado Federal. A senadora Leila Barros (PDT-DF) expôs em pronunciamento, o que chamou de “caos na saúde”. A parlamentar destacou que o Governo do Distrito Federal não tem conseguido achar soluções para a saúde pública da população.

“É inadmissível que a autoridade máxima do DF não tenha respostas para uma crise que só tem se agravado”, afirmou a senadora.

Mortes

Em um mês, três casos vieram à tona com denúncias de pais das crianças. O primeiro aconteceu em 14 de abril é o da bebê Jasminy Cristina de Paula Santos, de 1 mês de vida. Ela recebeu diagnóstico preliminar de bronquiolite, mas não houve solicitação de exames.

O segundo foi de Anna Júlia Galvão, que teve o diagnóstico inicial errado e depois passou cerca de sete horas aguardando uma ambulância para levá-la de uma unidade de pronto-atendimento (UPA) para o Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), onde foi intubada e faleceu em 17 de abril.

O mais recente é o de Enzo Gabriel , que morreu em 15 de maio na mesma UPA que Jasminy. Ele tinha apenas 1 ano e morreu à espera de leito de unidade de terapia intensiva (UTI). Os familiares também alegam negligência. Esses dois casos são investigados pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).

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