Parentes de presos da Papuda cobram notícias e retorno das visitas
O número de contaminados por Covid-19 no sistema carcerário do Distrito Federal soma 639 pessoas
atualizado
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Familiares dos presos do Complexo Penitenciário da Papuda afirmam que estão sem receber qualquer notícia dos internos há dois meses. As visitas foram suspensas no começo de março, quando foi decretada a pandemia do coronavírus. Sem informações e preocupados com a situação, eles protestaram nesta quarta-feira (13/05) no Eixo Monumental.
O número de contaminados por Covid-19 no sistema carcerário do Distrito Federal não para de crescer. Passou de 617 para 639 pessoas, em 24 horas. Os últimos dados divulgados pelas secretarias de Saúde e de Segurança Pública apontam que 180 policiais penais já foram infectados pela doença (51 se curaram). E o total de presos que testaram positivo chega a 459.
Com faixas e cartazes, os manifestantes exibiram mensagens como “socorro” e “genocídio premeditado”. O grupo foi até a entrada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), onde a funciona a Vara de Execuções Penais (VEP), unidade responsável pelos custodiados. Após protestar no local, as famílias seguiram para o Buriti com o objetivo de cobrar providências do Governo do Distrito Federal.
No dia 3 de abril, quando foi registrado o primeiro caso no Complexo Penitenciário, a grande preocupação das autoridades públicas era no sentido de evitar que a comunidade externa (agentes, advogados e os próprios familiares dos presos) contaminasse a população do presídio levando o vírus de fora para dentro.
Quarenta dias depois, o vetor se inverteu completamente. Com 639 pessoas infectadas, a Papuda tornou-se o principal foco de contaminação no Distrito Federal. Agora, o desafio é não deixar que os policiais penitenciários levem o vírus do presídio para suas casas.
Nesse sentido, o GDF está providenciando quartos de hotéis para isolar policiais penais que trabalham na Papuda com o objetivo de que eles não se tornem uma ameaça a seus familiares.