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Parente de motorista da Caixa ouviu policial dizer: “Deu merda”

Testemunha contou o que viu na 13ª DP na sexta-feira (14), onde Luís Cláudio foi encontrado morto na cela

atualizado

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Reprodução/Arquivo Pessoal
Luís Cláudio Rodrigues
1 de 1 Luís Cláudio Rodrigues - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O depoimento de um parente do motorista da Caixa Luís Cláudio Rodrigues, 48, pode ajudar a esclarecer o que aconteceu na 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) na sexta-feira (14/7). O homem de 39 anos foi o primeiro familiar a falar sobre o caso na Corregedoria da Polícia Civil na tarde desta quinta (20). Pouco antes de ser ouvido, ele contou ao Metrópoles o que viu naquela tarde.

O homem foi acionado pela irmã de Luís Cláudio, que, após bater em um carro de um sargento da PM, foi levado para a delegacia. A testemunha conta que ficou na unidade das 15h30 às 18h30. Por volta das 18h, ele garante ter visto um escrivão sair de dentro da DP e dizer a seguinte frase para o atendente: “O cara tá ruim! Ajuda aqui, deu merda!”. Em seguida, contou a testemunha, o delegado teria dito, também em voz alta: “Porra, já é a terceira vez que acontece isso aqui. Não dá para entender por quê”.

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Parte das costas com hematomas
Área das costas com uma espécie de furo
Vários hematomas no braço esquerdo
Hematomas no braço esquerdo
Ferimento no braço direito
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Parte das costas com hematomas

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Vários hematomas no braço esquerdo

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Hematomas no braço esquerdo

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Ferimento no braço direito

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Hematomas no braço esquerdo

Luís foi encontrado morto na cela da delegacia. A Polícia Civil trata o caso como suicídio. A família não acredita nesta versão. A Corregedoria da corporação abriu uma investigação e começou a ouvir todos os lados a partir desta quinta.

Segundo o parente, a única informação que teve de Luís na delegacia foi a de um agente, que teria dito que ele estava bem na cela, dormindo e “até roncando”. “Estranhei, pois já dormi na casa dele e o Luís não roncava”, contou o homem ao Metrópoles.

Quatro policiais civis que estavam na 13ª DP na sexta também foram ouvidos nesta quinta pela Corregedoria assim como o sargento da PM, o que causou desconforto aos familiares. “O delegado direcionou o depoimento, quis saber da vida pregressa do Luís Cláudio para justificar um suicídio. Nos não trabalhamos com a hipótese de suicídio. Ele estava feliz, fazia planos de montar uma distribuidora de bebidas”, disse Paulo César Feitoza, advogado e primo da família.

Sobram dúvidas entre os familiares do motorista que era lotado na presidência da Caixa. Nesta quarta (19), eles cederam um conjunto de fotos do corpo de Luís, que aparentemente apontam áreas lesionadas no cadáver.

A medida é uma forma de contestar a tese da polícia, de que o motorista teria se matado dentro da cela, e cobrar uma resposta rápida para o caso. Marcos Eustáquio informou à reportagem que, no dia da morte de Luís, ouviu na delegacia, de um policial militar, que o cunhado havia recebido uma “gravata” antes de ser levado para a carceragem.

De acordo com o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML), os peritos não visualizaram no corpo qualquer outra lesão externa, além da que havia no pescoço. Mas nas fotos cedidas pela família há hematomas no pescoço, nos braços, nos pés e um furo que parece superficial nas costas.

O resultado do exame do IML só será concluído em 30 dias. Na terça (18), a Polícia Civil, por meio de nota, voltou a afirmar que “todos os elementos preliminares, inclusive periciais, confirmam a hipótese de suicídio”.

Ainda de acordo com a PCDF, “não há qualquer indício, até então, que coloque em suspeição os agentes públicos envolvidos na prisão. Não obstante, já foi instaurado inquérito policial que conduzirá as investigações com absoluta isenção e transparência”. A corporação pretende, inclusive, fazer uma reconstituição do dia em que Luís morreu.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF) também acompanham os desdobramentos da investigação.

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