Para reabrir, comércio do DF precisa testar 160 mil funcionários até dia 11
Data, contudo, depende da Justiça. Exigência consta em minuta de decreto do GDF, que estipula horário de funcionamento reduzido em shoppings
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) apresentou, nesta quinta-feira (30/04), minuta do decreto para que seja permitida a reabertura do comércio no Distrito Federal, fechado em função da pandemia do novo coronavírus. O Metrópoles teve acesso ao texto que está em discussão no Palácio do Buriti.
Durante reunião com integrantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), da Federação das Indústrias do DF (Fibra), da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e de outras entidades, o chefe do Executivo local manteve a previsão de reabertura das portas no dia 11 de maio. Contudo Ibaneis reforçou que a decisão só será tomada após a Justiça se manifestar.
Nesta semana, os ministérios públicos do DF e Territórios (MPDFT), Federal no DF (MPF-DF) e do Trabalho (MPT) moveram ação civil pública pedindo suspensão imediata de todas as atividades não essenciais na capital devido ao estado de emergência provocado pelo novo coronavírus. Eles pediram uma garantia do governo de que há segurança e embasamentos para as reaberturas.
O GDF encaminhou documentação para a Justiça e aguarda decisão. “A expectativa é de que até a semana que vem isso seja resolvido. Nós lemos a minuta e vamos seguir o protocolo à risca. Todos os comerciários terão de ser testados. O GDF vai fornecer os testes para identificar o coronavírus. São 160 mil comerciários a serem testados”, afirmou o presidente da Fecomércio, Franciso Maia.
Reabertura dos shoppings
Além da previsão de testes, a minuta apresentada pelo governador prevê a reabertura do comércio e de shoppings centers somente após a testagem de todos os trabalhadores da área.
Os shoppings só poderão reabrir com horários específicos de funcionamento. Antes abertos de 10h as 22h, a ideia é que as operações ocorram apenas das 13h às 21h.
Para abrir as portas, os estabelecimentos precisam garantir fornecimento de álcool em gel 70%, equipamentos de proteção individual para funcionários, como máscaras e luvas, além de manter fechadas as áreas de recreação, como brinquedotecas.
As praças de alimentação também permanecerão fechadas. Os restaurantes e as lanchonetes estarão autorizados a prestar serviço exclusivo de entrega em domicílio ou retirada do produto, sem consumo no local.
Testagem de temperatura
De acordo com o documento, só poderão entrar nos estabelecimentos comerciais clientes que medirem a temperatura. Se estiverem em estado febril, serão barrados. Todos os empregados, colaboradores e terceirizados também precisam passar pela medição.
Estado febril é considerado quando a temperatura está igual ou superior a 37,3º C. “Nós vamos seguir todas as orientações, pois se a curva de infectados começar a subir duas semanas depois da abertura, o comércio será fechado novamente e ninguém quer isso”, ressaltou Francisco Maia.
O que permaneceria fechado
O documento mantém a suspensão, após o dia 11, de cinemas, teatros e academias de esportes de todas as modalidades. Além de proibir a realização de eventos esportivos, cultos, missas, visitas a museus, zoológicos e parques ecológicos.
Os bares e restaurantes, quiosques, food trucks e trailers de venda de refeição, salões de beleza, esmalterias e centros estéticos também ficam fechados.
Uso de máscaras
O uso de máscaras de proteção facial no DF se tornou obrigatório nesta quinta-feira. Porém a multa a partir de R$ 2 mil para quem desobedecer a norma foi adiada para 11 de maio, mesma data de previsão de reabertura do comércio.
No DF, o número de infectados pelo novo coronavírus subiu para 1.535 no início da tarde desta quinta. De acordo com o levantamento, atualizado às 13h34, 30 pacientes com Covid-19 morreram e 864 pessoas se recuperaram da doença na capital do país.