Para família, grávida e filha desaparecidas foram vítimas de crime
Familiares descartam possibilidade de acidente e temem que elas tenham sido alvo de sequestro ou violência
atualizado
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Familiares de mãe e filha desaparecidas no Sol Nascente temem pelo pior. A dona de casa Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, grávida de 4 meses, e Tauane Rebeca da Silva, de 14 anos, estão desaparecidas desde quinta-feira (9/12). As duas teriam sumido após passeio em córrego na região. Para a família, ambas teriam sido vítimas de um crime.
Segundo a cabelereira, Shirlei Vieira da Silva, 39 anos, irmã de Shirlene, a dona de casa e a sobrinha dificilmente teriam sido vítimas de um incidente natural, a exemplo de uma tromba d’água. De acordo com moradores da região, o córrego também é frequentado por criminosos. “Eu tenho quase certeza de que alguém pegou elas”, arrematou.
Durante as buscas, Shirlei ouviu o testemunho de um morador da região. “Ele disse que não viu ninguém subir do córrego. Mas viu um homem descer por volta das 13h. Isso foi um pouco antes do horário que minha irmã desceu com minha sobrinha. Então, quando ela desceu, essa pessoa já deveria estar lá”, relatou.
O morador não soube identificar quem seria o homem. “A gente quer saber quem é ele e o que aconteceu. Porque os horários são próximos. Se ele viu minha irmã, quero saber o que aconteceu”, desabafou. Segundo familiares, Shirlene também estaria apresentando problemas psiquiátricos e sofria de crises.
O pintor Antônio Wagner Batista da Silva, de 41 anos, marido de Shirlene e pai de Tauane, também teme pelo pior. “Essa região é muito perigosa. Não foi tromba d’água”, comentou. Sem informações, ele diz que não consegue dormir. “Não sabemos se alguém raptou elas, se está judiando ou molestando elas”, chorou.
Desaparecimento
De acordo com Antônio, a última pessoa da família a ter contato com Shirlene e Tauene foi o filho caçula, Lucas, de 12 anos. A criança teria contado ao pai que a irmã insistiu com a mãe para que as duas descessem ao córrego. A família mora no local há pouco tempo e, neste dia, Antônio estava trabalhando no Lago Norte.
A esposa teria pego a mochila do menino, uma toalha amarela listrada, biscoitos e uma sombrinha e saído para o passeio com a filha no início da tarde.
Ao voltar para a casa, por volta das 18h30, Antônio contou que teria encontrado com o menino todo molhado e preocupado. A criança queria procurar a mãe e a irmã no córrego, mas foi surpreendida no caminho por uma chuva forte.
O marido disse que também se preocupou, porque já estava anoitecendo. Imediatamente, começou a ligar para parentes e conhecidos para saber do paradeiro das duas. Na sequência, por volta das 20h, acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. As buscas começaram ainda na quinta-feira por volta das 21h. O pintor acompanhou tudo e achou a sombrinha da esposa no local. “Os bombeiros acharam dois pés de sandálias. E um deles parecia com o da minha filha, era toda rosa”, contou Antônio ao Metrópoles, com lágrimas nos olhos.
Testemunha
Shirlei disse que teria conversado com uma vizinha que viu as duas descendo em direção ao córrego por volta de 14h30. A vizinha teria ditado, inclusive que o cachorro dela avançou contra mãe e filha no momento.
“Nesse dia choveu no final da tarde. Já o horário que elas devem ter ido, entre as 14h e as 15h, estava quente, muito quente. Deve ter chovido por volta das 17h”, acredita Shirlei. A cabelereira conta que a irmã era muito apegada aos filhos. “Ela não dormia fora de casa. Não ficava longe dos meninos. Era uma supermãe. Quando ia para minha casa, por volta das 17h, pedia para que Antônio fosse buscá-la”, relatou.
De acordo com Antônio, Shirlene nunca havia desaparecido. A 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia/P Sul), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), investiga o caso. Neste domingo (12/12), o CBMDF retomou as buscas.