Para evitar demissões, Abrasel pede lockdown às 22h por duas semanas
Sem flexibilização dos horários, bares e restaurantes temem demissões. Na pandemia, 3 mil empresas fecharam as portas, com 19 mil dispensas
atualizado
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Bares e restaurantes defendem a flexibilização do lockdown no Distrito Federal. Nesta quinta-feira, para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a restrição emergencial das 20h às 5h, à exceção dos serviços essenciais. Segundo o setor, sem a revisão das regras, demissões serão inevitáveis.
O chefe do Palácio do Buriti postou no Twitter, na manhã desta sexta-feira (26/2), que o lockdown terá duração de, no mínimo, 14 dias. A medida começa na segunda-feira (1º/3).
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Brasília (Abrasel-DF), Beto Pinheiro, concorda com o fechamento, mas no período das 22h às 5h por duas semanas. Com esse horário, os estabelecimentos conseguem giro de mesas com clientes e faturamento para minimizar o impacto nas contas.
“O horário de 20h não resolve para o nosso setor de bares e restaurantes. Se for para fechar às 20h, na verdade, as empresas não vão funcionar no jantar, vão fechar no jantar. E, obviamente, vão ter de demitir os funcionários que trabalham no jantar”, alertou Beto.
Segundo o presidente da Abrasel-DF, as empresas não contam mais com o programa do governo federal para evitar demissões. “Não temos mais aquele texto que autorizava a gente a suspender os contratos. Era uma alternativa para não demitir. A gente não tem mais hoje”, lamentou.
Conforme cálculos do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), o setor precisou demitir 19 mil funcionários desde o começo da pandemia. Além disso, 3 mil empresas fecharam as portas.