Para derrubar trava da reeleição, diretores de escolas públicas buscam apoio da CLDF
Os educadores visitaram a Câmara Legislativa nesta terça (21/9) solicitando ajuda para derrubar o atual bloqueio administrativo
atualizado
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Para ganhar a chance de disputar a reeleição, diretores de escolas públicas buscaram apoio dos deputados distritais nesta terça-feira (21/9). Os educadores visitaram a Câmara Legislativa, solicitando ajuda para derrubar a atual trava administrativa que os impede de concorrer novamente ao cargo nas unidades de rede pública a qual atuam.
Segundo o diretor do Centro de Ensino Médio 9 de Ceilândia, José Gadelha Loureiro, a reeleição é um princípio da Gestão Democrática das escolas públicas. “Nós tivemos nosso mandato encurtado em 2012 e em 2019. E foi feito um acordo com a Secretaria de Educação para diminuir o mandato em dois anos, mas em compensação permitir a reeleição”, contou. O processo foi interrompido por causa da pandemia de Covid-19.
Pelas regras em vigor, os diretores só podem reeleger-se uma vez. A rede pública está na eminência de uma nova eleição, em novembro. “E mais 85% dos diretores não podem se candidatar. Grande parte quer tentar e havia um acordo com a Secretaria de Educação”, comentou. “O momento é de complexidade. E o governo não tem problema com a Educação”, argumentou.
“Nós queremos a retirada da trava que impede os atuais diretores se candidataram” comentou. Diretores recebem a adicional de R$ 800 a R$ 2.300, a depender da unidade de ensino.
Do ponto de vista do deputado distrital Reginaldo Veras (PDT), a retirada da trava é fundamental na defesa da Gestão Democrática. “O governo deve enviar um projeto de lei, em caráter emergencial, para retirar essa trava e permitir que as atuais gestões possam passar pelo processo democrático. E ganha quem tiver mais voto”, argumentou.
Pelas contas de Veras, se a trava não for retirada, aproximadamente 30% das unidades de ensino não terão candidaturas. “Isso vai quebrar a autonomia das escolas”, alertou. E nestes casos, a direção será indicada pela Secretaria de Educação. Jorge Vianna (Podemos) também defende a queda da proibição. “Nós políticos podemos nos reeleger sem limitações. Por que o diretor não pode?”, questionou.
Outros parlamentares defenderam o pleito dos diretores, a exemplo de Chico Vigilante (PT), Julia Lucy (Novo) e Agaciel Maia (PL). Parte dos parlamentares defensores da Gestão Democrática avalia obstrução de pauta, até o governo enviar um projeto para derrubar a trava da reeleição de diretores nas escolas públicas.