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Para conter dengue, sociedade civil se organiza e cobra ações no DF

Conselhos, associações e sindicatos sugerem nomeações de servidores e a revisão do modelo das tendas montadas contra a dengue no DF

atualizado

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1 de 1 Mosquito dengue - Metrópoles - Foto: GettyImages

Diante dos números da dengue no Distrito Federal, a sociedade civil decidiu se mobilizar e recomendar ações para conter a epidemia, a exemplo da nomeação de servidores e correções no modelos das tendas.

A reunião foi organizada pelo Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), na quinta-feira (14/3). A conversa teve participação de associações, sindicatos, órgãos de controle e a própria Secretaria de Saúde.

“O Distrito Federal registra recorde sem precedentes de casos de dengue e de óbitos pela doença. As medidas tomadas até agora se mostraram insuficientes e ineficazes para controle da epidemia. Por isso o CRM-DF propôs essa iniciativa de discutir propostas com as demais entidades e com a SES-DF. As entidades presentes tem ciência do seu compromisso com a saúde da população do DF e debateram a fim de cobrar medidas necessárias para reverter a gravíssima situação atual”, afirmou a presidente do CRM-DF, Lívia Vanessa Ribeiro.

O DF ultrapassou a marca de 100 mortes por dengue em 2024. De acordo com dados do InfoSaúde, portal de informações da Secretaria de Saúde, atualizado às 15h30 desta segunda-feira (11/3), a capital federal já confirmou 109 mortes pela doença no ano.

Ao final do debate, a sociedade civil decidiu formar uma frente contra a dengue. O grupo encaminhará 17 recomendações de ações para frear a epidemia ao GDF.

Confira as principais sugestões:

– Fortalecimento da atenção primária, com manutenção das equipes assistenciais nas UBs
– Treinamento das equipes assistenciais, com base no Protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde;
– manutenção de tendas de hidratação apenas em anexo aos serviços de saúde de emergência (hospitais e UPAs), com condições de suporte a pacientes em agravamento, célere transferência de casos que necessitem de internação com devido suporte, além da garantia de insumos e medicamentos no local para evitar a peregrinação dos pacientes;
– Expansão dos leitos de internação (enfermaria e UTI);
– ⁠Reforço do Sistema de transporte sanitário;
– ⁠Reforço na rede de diagnóstico da SES-DF, com aumento das rotas de coleta e envio de material;
– ⁠Fortalecimento e expansão de medidas de combate ao vetor,
– ⁠Convocação imediata dos ACS e AVAS aprovados no concurso, em substituição aos 1000 trabalhadores que tiveram contrato encerrado;
– ⁠Convocação de profissionais de saúde já aprovados nos cincursos;
– ⁠Realização de concurso público para carreiras de saúde da SES-DF, conforme necessidades;
– ⁠Busca ativa de pacientes na faixa de vacinação;
– ⁠Estabelecimento de um Centro de Operações de Emergência (COE) – Dengue, enquanto perdurar a epidemia;
– ⁠Solicitação de audiência conjunta entre SES-DF, Secretaria de Economia, Casa Civil e Governador.

Tendas

As falhas nas tendas tiveram destaque. Algumas estão muito longe das UPAS e das demais unidades de saúde. Se um paciente chega em estado grave não há como transportá-lo. Outras tem alto grau de insalubridade o que agrava os casos. Outras não têm os insumos. Uma unidade de hidratação chegou a ficar sem soro para hidratação. A proposta é fechar as tendas sem condições adequadas e construir novas perto de UPAS, UBS e prontos-socorros;

O grupo também considerou que é necessária uma campanha massiva de conscientização da população para a vacinação e para as medidas necessárias para conter os focos de Aedes aegypti.

Não são apenas as mudanças climáticas

Segundo o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa, o deputado distrital Gabriel Magno (PT), a epidemia não pode ser simplificada ao impacto dos mudanças climáticas. A ausência de servidores e a queda de investimentos na Saúde agravaram a situação no DF.

“Hoje (14/3), na rede pública, segundo a sala de diagnóstico da Saúde, temos 69 leitos bloqueados por falta de pessoal. Os números da epidemias não estão compatíveis, estão muito maiores do que o resto do país “, contou.

O grupo planeja nova reunião em 27 de março.

Saiba quem participou da reunião:

Conselho Regional de Medicina do DF

Conselho de Saúde do DF

Sindicato do Médicos

Associação Médica de Brasília

Sociedade de Infectologia do DF

Associação Brasiliense de Medicina da Família e Comunidade

Sindicato dos Enfermeiros

Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem

Conselho Regional de Farmácia

Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental e dos Agentes Comunitários de Saúde

Comissão de Saúde da OAB-DF

Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa

Promotoria de Justiça e Defesa da Saúde – Prosus

Secretaria de Saúde

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