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Para advogada da família de Natália, laudo não descarta homicídio

“O investigado pode muito bem ter segurado a vítima debaixo d’água e isso não deixa vestígios”, diz Juliana Zappalá

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A advogada da família de Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, Juliana Zappalá Porcaro Bisol, teve acesso ao laudo cadavérico produzido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e se manifestou nesta sexta-feira (12/4) sobre o resultado. De acordo com ela, mesmo que a causa do óbito tenha sido afogamento, conforme revelou o Metrópoles, isso não exclui a possibilidade de homicídio.

Natália foi achada morta no Lago Paranoá no dia 1º de abril. Um dia antes, ela participou de um churrasco no clube Almirante Alexandrino, no Setor de Clubes Norte. Um dos jovens que estavam na festa, de 19 anos, foi a última pessoa a ser vista com a universitária no espelho d’água. Ele é investigado. Mesmo com a divulgação do laudo, a família da estudante quer que a hipótese de homicídio não seja descartada e reafirma que “não quer perseguir ninguém”.

“Ainda que as escoriações e os arranhões [no corpo de Natália] tenham sido após a morte, não significa que não tenha havido homicídio, uma vez que, para o homicídio por afogamento não se exige, obrigatoriamente, marcas no corpo. Basta, por exemplo, que se segure a vítima até que se asfixie e se afogue”, destaca a advogada.

O que intriga, segundo Juliana Zappalá, é a presença da mordida no braço do rapaz, que mora na Asa Norte, além do machucado nas mãos do suspeito. “Ele não sabe explicar as duas coisas. Pela posição da marca, é possível que ele tenha dado uma gravata nela”, ressalta a advogada.

Caso o golpe tenha sido aplicado, especula Juliana Zappalá, isso não seria capaz de deixar marcas no corpo de Natália. “O investigado pode muito bem ter segurado a vítima debaixo d’água e isso não deixa vestígios. Tudo precisa ser investigado e analisado”, destaca.

Outro ponto que a advogada contesta do resultado recebido pelo IML é o de que o nariz de Natália não teria sido quebrado. “O laudo não é claro se foi feita ou não uma tomografia. Portanto, não é possível afirmar nada com relação a isso”, diz.

Confira fotos de Natália:

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Pelo lado do acusado, o defensor público André Praxedes concorda com o resultado das análises feitas pelo IML e faz questão de ressaltar que não houve interferência do jovem na morte de Natália. “Os achados retratam que o óbito ocorreu por asfixia decorrente da presença de líquido na pleura [manchas de Paltauf], no estômago, de líquido espumoso nas narinas [cogumelo de espuma], não havendo nenhum sinal de lesões de defesa nas mãos da universitária”, assinala, por meio de nota.

Com relação aos ferimentos no corpo da vítima, Praxedes afirma que foram lesões causadas após o afogamento. “As escoriações verificadas na face, no nariz e na boca foram causadas, provavelmente, pelo arrastamento do corpo no interior do Lago Paranoá ou, ainda, pela ação da fauna aquática existente no mesmo.”

Praxedes diz que o laudo apenas reforça a tese já apresentada por ele. “As informações são condizentes com as análises realizadas por este defensor, no sentido de que o seu representado não praticou qualquer agressão contra Natália no momento em que ambos adentraram no Lago Paranoá”, aponta, na nota.

Exame toxicológico
Outro problema que a advogada Juliana Zappalá chama a atenção é a ausência de um exame toxicológico tanto na vítima quanto no acusado. “Só foi feito o de alcoolemia, o que deixa descoberta a tese de que ela estava sob efeito de outras drogas”, pontua.

Para a advogada, dessa forma, os depoimentos colhidos das testemunhas ficam sem embasamento. “O que vai esclarecer os fatos é o vídeo dos dois no lago e o exame do corpo da vítima. Depoimentos contraditórios e outras oitivas de pessoas que se encontraram com o acusado depois do fato não vão contribuir para a investigação”, afirma.

Natália desapareceu no lago entre 18h e 18h30 do dia 31 de março. Nesse período, ficou com o suspeito no espelho d’água. Segundo testemunhas contaram à polícia, pouco antes, em terra, no parquinho do clube, o rapaz deitou no chão e aparentava “estar dormindo”.

Natália, de acordo com o depoimento de uma amiga da vítima, então, “jogou um copo de bebida nele” e teria dito: “Acorda que você está ficando muito louco, está passando vergonha”. Em seguida, o rapaz teria elogiado a jovem de 19 anos. “Você é muito linda, muito gostosa, quero ficar com você. Quero comer seu c.” Após o flerte, a universitária respondeu, segundo a testemunha: “Me respeita, você está ficando louco”.

No entanto, a jovem ouvida pelos agentes da 5ª Delegacia de Polícia (área central), responsável pela investigação do caso, disse que a conversa entre os dois tratava-se de “uma brincadeira”. “Foi quando ele se sentou do balanço (do parquinho) e Natália ficou no colo dele. Logo em seguida, os dois caíram, saíram e começaram a correr. Desceram rumo ao lago e depois saíram do campo de visão”, acrescentou.

Ainda aos policiais, a amiga disse ter sido informada de que o clube estava fechando, e o grupo decidiu ir embora. Segundo a testemunha, ela e outra amiga da universitária subiram “gritando, chamando a vítima”. Como acreditavam que Natália estava ficando com o garoto, resolveram esperá-la no portão. Cerca de quatro minutos depois, ele (o suspeito) apareceu carregado por dois amigos, ressaltou.

Elas teriam voltado ao clube com dois seguranças para procurar a vítima. No entanto, uma das amigas afirmou ter recebido uma ligação na qual alguém dizia que Natália teria sido vista no Subway, para onde seguiu o suspeito de 19 anos, morador da Asa Norte, depois da festa. Segundo a testemunha, a estudante “tinha o costume de abandonar as amigas na festa” e “como a vítima não apareceu, foram embora”.

Na festa, a jovem estudante de letras, modelo, moradora do Paranoá, mandou uma mensagem para a mãe, Edivânia Ribeiro, 47. Na gravação, com duração de oito segundos, ela se mostra preocupada: “Mãe, que foi? A senhora está passando mal?”.

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