Para a polícia, integrantes do MRP podem pegar até 70 anos de prisão
Todos os órgãos que participaram da retirada dos sem-teto que invadiram o Torre Palace Hotel, na área central de Brasília, foram representados em coletiva de imprensa na tarde deste domingo (5/6). “Brasília amanheceu aliviada”, resumiu Márcia Alencar, secretária de Segurança Pública e Paz Social, que comandou a ação junto com a Polícia Militar do Distrito Federal […]
atualizado
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Todos os órgãos que participaram da retirada dos sem-teto que invadiram o Torre Palace Hotel, na área central de Brasília, foram representados em coletiva de imprensa na tarde deste domingo (5/6). “Brasília amanheceu aliviada”, resumiu Márcia Alencar, secretária de Segurança Pública e Paz Social, que comandou a ação junto com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o Departamento de Trânsito do DF (Detran), a Secretaria de Saúde, a Polícia Civil, a Vara da Infância e Juventude, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e o Corpo de Bombeiros.
Os polícias militares que integraram a ação prenderam 11 adultos e resgataram quatro crianças que viviam entre fezes humanas, ratos, aranhas, piolhos e pulgas. “Isso não é um movimento social que está sendo criminalizado. É um movimento criminal que está sendo socializado”, apontou Eric Seba, diretor da Polícia Civil do DF.Os presos estão na carceragem e serão apresentados à Justiça amanhã. “A polícia tem provas robustas para colocar na prisão todas as pessoas que foram detidas, inclusive o líder do Movimento de Resistência Popular (MRP), Edson Francisco da Silva. Ele não mediu esforços para afrontar o poder público”, resumiu Seba. Por isso, Silva deve receber uma pena maior.
Para a polícia, somados todos os crimes, os ocupantes do hotel podem pegar até 70 anos de prisão. “Houve uma tentativa de homicídio contra os policiais que estavam na aeronave da PMDF”, explicou Fernando César da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF).
Além disso, o grupo praticou desobediência, resistência e dano ao patrimônio público e privado. “Eles afrontaram os policiais, agrediram sete servidores e, além disso, torturaram quatro crianças”, avaliou o delegado minutos após a coletiva.
Retomada do local
A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) interditou o prédio e fará a apreensão de todos os bens. Os custos com a operação serão repassados para os donos do hotel. “Os moradores do DF não vão pagar por isso”, apontou Bruna Pinheiro, diretora da Agefis.
O valor gasto na desocupação ainda não foi avaliado pelo governo. “Não podíamos permitir que o nosso Eixo Monumental tivesse aquela marca. Aquele espaço será revitalizado e com ações de ordem pública e social, em breve, vocês verão um novo local”, avaliou Márcia Alencar.
A secretária acrescentou que o governo tentou negociar com o grupo desde outubro do ano passado. “A nossa área social fez todos os esforços. Os movimentos devem continuar com os seus direitos de luta. Mas isso é diferente do que a gente viu acontecer nas últimas 96 horas. Ali não tinha pessoas em situação de rua desde quarta-feira (1), era um grupo que usou como escudo quatro crianças”, apontou Márcia Alencar.
Nós podemos dizer que nenhuma pessoa sofreu uma lesão grave. A Vara da Criança e da Juventude nos deu 48h para tirarmos os menores de lá
Márcia Alencar
A Vara da Infância e da Juventude informou que as crianças foram levadas ao Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), ao Instituto Médico Legal (IML) e, finalmente, foram encaminhadas às casas de parentes. Segundo o órgão, uma delas relatou que o nome de seu gato de estimação é Cannabis. Os servidores ficaram assustados com a forma como elas foram tratadas e a doutrinação que receberam. Uma delas teria dito ainda que quando crescesse seria militante.