Papuda: Ibaneis anuncia construção de 2 blocos para presos com coronavírus
Complexo no Centro de Detenção Provisória poderá receber até 400 internos. Espaço também será usado para diagnosticar doentes
atualizado
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A Papuda terá dois blocos exclusivos para a quarentena de detentos diagnósticos com o novo coronavírus. O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a medida nesta quarta-feira (06/05), em visita ao complexo prisional.
O chefe do Executivo local anunciou a entrega de 15 mil máscaras para o sistema e verificou a situação do local.
As unidades fazem parte do projeto do novo Centro de Detenção Provisória (CDP). O projeto envolve a construção de 16 blocos com capacidade de acomodação de 200 presos cada. Ou seja, o complexo terá lugar para cuidar de 400 presos infectados.
Os blocos para os infectados devem ficar prontos nos próximos dias.
Metade do espaço será destinada ao cuidado dos presos diagnósticos dentro do sistema. A outra será usada para os aqueles que ingressarem no sistema. Ou seja, quem entrar no sistema prisional passará por quarentena antes de ir para a cela.
De acordo com boletim da Secretaria de Saúde, divulgado na noite desta terça-feira (05/05), 290 pessoas privadas de liberdade foram diagnosticadas com o novo coronavírus, número que representa cerca de 17% de todos os casos no DF.
Durante a visita, o governador elogiou o trabalho da polícia penal durante a pandemia. Ibaneis participou, na noite de terça-feira (05/05), de reunião com o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e o Sindicato dos Policias Penais do DF.
A partir da conversa Ibaneis decidiu que os policiais penais com familiares no grupo de risco de contaminação de Covid-19 vão poder utilizar vagas em hotéis. A ideia é proteger as famílias destes profissionais.
Também na terça-feira, a fim de conter a disseminação do novo coronavírus dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), autorizou a utilização de quatro blocos recém-construídos como área de quarentena e tratamento de novos presos.
Legado
Para os envolvidos na construção do hospital de campanha, ele ficará como legado para o sistema penitenciário, evitando, por exemplo, que os detentos precisem de se deslocar para outras unidades de saúde da cidade. “Com o hospital no próprio Complexo da Papuda, vamos reduzir o número de escoltas, podendo, assim, reduzir custos e direcionar os policiais penais para outras ações”, aposta Adval Cardoso, subsecretário do Sistema Penitenciário, Adval Cardoso.
A ideia é que pequenos procedimentos médicos sejam feitos no local. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, serão 10 leitos de suporte avançado e 30 de enfermaria para a população carcerária com Covid-19. Tudo ficará em uma área construída de 900 metros quadrados, onde antes ficava um campo de futebol.
“Vamos aproveitar o espaço que está sendo construído numa crise e transformá-lo num modelo ideal, com mais segurança e rapidez no atendimento, o que servirá de modelo para outros estados”, aponta o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.