metropoles.com

Ex-funcionário do Cespe agiu no DF e em Goiás e movimentou R$ 1 milhão

O valor teria sido faturado somente em 2016, quando Ricardo Nascimento também foi acusado de fraudar o concurso de delegado da PCGO

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
preso21
1 de 1 preso21 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As polícias civis de Goiás e do Distrito Federal desmontaram, nesta segunda-feira (30/10), mais um braço da máfia dos concursos. Segundo a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), pelo menos 100 pessoas compraram as vagas por meio do esquema. Destas, 10 confessaram o crime.

O próximo alvo da quadrilha seria o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja primeira prova será aplicada no próximo domingo (5/11). Mas a ação do grupo criminoso era bem ampla. “Todas as bancas foram vítimas de tentativa de fraude no Distrito Federal”, afirmou Adriano Valente, delegado adjunto da Deco, durante coletiva à imprensa na manhã desta segunda- feira (30/10).

A segunda fase da operação Panoptes ocorreu simultaneamente em Brasília e em Goiânia. Entre os presos, está o ex-funcionário do Cebraspe (antigo Cespe) Ricardo Silva do Nascimento. O acusado movimentou nada menos que R$ 1 milhão no ano passado, de acordo com a polícia.

5 imagens
Ricardo é suspeito de ter movimentado R$ 1 milhão no último ano
Nova fase da operação foi deflagrada na segunda-feira (30/10)
Milson Iram da Silva, um dos presos na operação da Deco
Suspeito é alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor
1 de 5

Ex-funcionário do Cespe Ricardo Silva do Nascimento é acusado de integrar a Máfia dos Concursos

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 5

Ricardo é suspeito de ter movimentado R$ 1 milhão no último ano

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 5

Nova fase da operação foi deflagrada na segunda-feira (30/10)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 5

Milson Iram da Silva, um dos presos na operação da Deco

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 5

Suspeito é alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo os investigadores, o Cespe desconfiou da ação criminosa e o demitiu no começo deste ano. Depois disso, Nascimento não foi mais flagrado em ações criminosas, pois tinha uma função específica, que era a de preencher os cartões de respostas e vendê-los. A instituição ligada à Universidade de Brasília (UnB) também passou informações para a Deco e ajudou nas investigações.

Eles não tinham pudor de chegar até as pessoas e oferecer a facilidade. Diziam que só passa quem paga.

delegado Maurílio Coelho

Os criminosos cobravam 20 vezes o valor do salário que o candidato receberia. O montante inicial a ser pago variava de R$ 10 mil a R$ 20 mil.

O ex-coordenador da Polícia Legislativa da CLDF Mário Gomes da Nóbrega foi alvo de condução coercitiva. O delegado aposentado prestou depoimento ainda nesta manhã.

Outro envolvido é André Luís dos Santos Pereira, preso na capital goiana, que já foi investigado na operação Patrick.  Ele teria comprado uma vaga em um concurso e passado a trabalhar com o líder da máfia dos concursos, Helio Ortiz. Em seguida, migrou para outra quadrilha, aplicando o golpe de uma falsa moeda digital, a Kriptacoin. Para conquistar investidores, o homem empregou, na compra da moeda, o que ganhou na venda de vagas.

Weverson Vinícius da Silva, Alda Maria de Oliveira e Milson Iran da Silva também tiveram a prisão preventiva decretada. Os dois últimos, entretanto, confessaram o crime e foram soltos logo após o depoimento.

Enem
Sobre as investigações, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão gestor do exame e vinculado ao Ministério da Educação (MEC), esclarece: “O Inep não foi notificado e está buscando acesso ao inquérito para poder se manifestar”. Com relação ao Enem, o órgão informou que ocorrerá normalmente.

Ação simultânea
Ao todo, no DF, são cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, três de detenção temporária, oito de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão. Ricardo Silva do Nascimento, que foi preso preventivamente, fraudou o concurso de delegado da Polícia Civil, segundo o chefe da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) de Goiânia, André Augusto Bottesini.

“Ele teve um papel preponderante, pois subtraiu e preencheu os cartões de respostas”, disse o investigador ao Metrópoles. A polícia identificou a fraude na primeira fase. Na segunda, ocorrida em abril deste ano, um grupo foi interceptado e preso acusado de cometer o mesmo crime.

O concurso para delegado da Polícia Civil de Goiás está suspenso pela Justiça e pode ser cancelado.  Pelo menos 13 pessoas teriam se beneficiado do esquema nesse caso. Os candidatos chegaram a pagar R$ 375 mil por uma vaga. Os acusados responderão por organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, entre outros delitos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?