metropoles.com

Pandemia faz disparar venda de bebidas alcoólicas e antidepressivos no DF

Comercialização de cervejas, vinhos e outros cresceu 20%. Houve, ainda, aumento de 30% na venda de remédios que agem no sistema nervoso

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
homem tequila bebida alcoólica álcool
1 de 1 homem tequila bebida alcoólica álcool - Foto: iStock

O isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço da disseminação do novo coronavírus teve reflexo no consumo de bebidas alcoólicas dentro de casa, que aumentou consideravelmente. O uso de medicamentos antidepressivos também cresceu.

Segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do Distrito Federal (SCAAB), mesmo considerando a migração do hábito de consumo e a restrição dos pontos de venda com o fechamento de estabelecimentos comercias, como bares e restaurantes, por exemplo, o volume de vendas apresentou alta da ordem de 15% a 20% em supermercados e hipermercados.

O setor credita o incremento principalmente ao fato de muitas pessoas acompanharem seus artistas preferidos por meio de shows feitos na internet, na modalidade live.

“Quanto ao comércio atacadista, o volume de vendas foi direcionado para segmentos específicos, que acabaram por substituir o volume de clientes que iam a bares e restaurantes. Vale lembrar também que algumas indústrias de bebidas fazem atendimento direto, sem recorrer a distribuidores atacadistas locais”, explicou o presidente do SCABB, Érico Cagali.

Apesar da comemoração da indústria de bebidas, profissionais da saúde fazem alerta sobre excessos.

A psicanalista Mariana Souza ressalta que a prática altera a percepção do tempo. “As pessoas bebem e perdem o sono, simplesmente não conseguem dormir. O álcool te dá uma sensação inicial de euforia, mas, quando passa, vem um efeito extremamente depressivo.”

Pontua ainda que pessoas acostumadas a uma rotina movimentada tendem a ficar estressadas por causa do confinamento social. Dessa forma, elas começam a apresentar alguns transtornos, como o aumento da ansiedade.

5 imagens
Além da bebida, fármacos para a ansiedade têm sido adquiridos em maior número
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
Seringa com rótulo Covid-19
1 de 5

Durante a pandemia, as pessoas estão consumindo mais álcool em casa

Adam Jaime/Unsplash
2 de 5

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 5

Além da bebida, fármacos para a ansiedade têm sido adquiridos em maior número

istock/imagem ilustrativa
4 de 5

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 5

Seringa com rótulo Covid-19

Mike Senna/Esp. para o Metrópoles
Antidepressivos

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da capital da República (Sincofarma), a venda de antidepressivos, medicamentos para ansiedade e produtos fitoterápicos teve impulso de 30% nos dois últimos meses.

“As pessoas não estão frequentando consultórios médicos por medo da Covid-19 e acabam adquirindo remédios por conta própria para fugir da crise. Percebemos que os produtos para ansiedade e antiestresse, além de vitaminas para aumentar a imunidade, estão saindo bem mais do que os demais”, disse o presidente do sindicato, Francisco Messias Vasconcelos.

A comercialização de outros medicamentos, no entanto, caiu drasticamente. “Muitos clientes com receituário médico que vale por dois ou três meses de uso estão comprando menos pela falta de dinheiro. A população na periferia de Brasília é a mais afetada. As drogarias dessas regiões sofreram impacto muito grande”, assinalou Messias.

A diretora da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), Renata Soares Rainha, frisou que o aumento pode ser percebido também com base em pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, e a Universidade Estadual de Campinas.

“É um estudo de comportamentos. Eles usaram dados coletados entre os dias 24 de abril até 8 de maio e avaliaram quase 4,5 mil pessoas. Os próprios entrevistados se avaliaram em relação a como estão se sentindo durante a pandemia.”

Tabagismo

Os resultados apontaram que 40% dos participantes se sentiram mais tristes ou deprimidos; e 54%  mais ansiosos e nervosos. Quanto ao sono, 29% passaram a ter problemas e 16% relataram dificuldades para dormir durante a quarentena.

Em relação ao cigarro, 12% dos entrevistados são fumantes. Entre eles, 28% declaram ter aumentado o consumo de nicotina.

14 imagens
1 de 14

Moises Dias/Metrópoles
2 de 14

Moises Dias/Metrópoles
3 de 14

Moises Dias/Metrópoles
4 de 14

Moises Dias/Metrópoles
5 de 14

Moises Dias/Metrópoles
6 de 14

Moises Dias/Metrópoles
7 de 14

Moises Dias/Metrópoles
8 de 14

Moises Dias/Metrópoles
9 de 14

Moises Dias/Metrópoles
10 de 14

Moises Dias/Metrópoles
11 de 14

Moises Dias/Metrópoles
12 de 14

Moises Dias/Metrópoles
13 de 14

Moises Dias/Metrópoles
14 de 14

Moises Dias/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?