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Pandemia faz 1.271 alunos do DF migrarem de escolas privadas para públicas

O maior número de transferências registrado pela Secretaria de Educação foi de estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental

atualizado

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secretaria de educação cancela ensino integral no CEF 2
1 de 1 secretaria de educação cancela ensino integral no CEF 2 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Desde março, quando o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Distrito Federal e as escolas fecharam as portas para conter a infecção, um movimento atípico – fora do período de matrículas ou de transferência oficial – começou a ocorrer na capital da República. Segundo dados da Secretaria de Educação, de março a julho deste ano, a rede pública de ensino recebeu 1.271 novos estudantes oriundos da rede privada.

A maior quantidade de transferências veio dos anos iniciais do ensino fundamental. Nessa área, 565 crianças migraram de instituições pagas para as do governo. Entre os pequenos de 0 a 5 anos, ocorreram 240 migrações. Do 6º ao 9º ano, 308 novas matrículas foram geradas e, no ensino médio, 158 estudantes fizeram a mesma movimentação.

A Secretaria de Educação constatou que o número é maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, como a coleta dos dados de 2019 foi realizada pelo sistema do Censo Escolar, não foi possível fazer uma comparação exata entre os mesmos períodos. Em 2020, com a pandemia, a Educação assumiu o registro dos dados.

Mesmo sem uma base de comparação precisa, a pasta que rege a educação pública no DF é enfática. “Há uma situação atípica, e a secretaria vem fazendo um acompanhamento diferenciado”, ressaltou, por meio de nota.

Em março, o DF tinha 459.204 estudantes matriculados na rede pública. Em levantamento realizado em julho, são 460, 4 mil.

Movimento esperado

A Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa) ressalta que, pela movimentação dos pais nos grupos de WhatsApp, em e-mails, e tendo em vista conversas entre as famílias, essa migração já era esperada.

“É bom vermos o número para comprovar o que já víamos na prática. Esse movimento de transferência ficou evidente desde quando a pandemia começou”, disse o presidente da entidade, Alexandre Veloso.

Ele entende que a transferência para a rede pública ocorreu devido à crise econômica deflagrada pela pandemia, com perda de renda e emprego dos pais dos alunos de escolas particulares. A falta de diálogo com as escolas também contribuiu, segundo Veloso.

“Os pais não conseguiram descontos na mensalidade. Muitos se mantinham na rede privada somente pela estrutura física. Com o ensino a distância, tem escola pública que chega a ser melhor”, pondera o presidente da Aspa.

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A Associação de Pais atribui a mudança à perda de renda das famílias e à falta de negociação com as escolas
O maior número de transferências ocorreu nos primeiros anos do ensino fundamental
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Representantes do sindicato teriam sido impedidos de entrar na sede da Secretaria de Educação do DF

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A Associação de Pais atribui a mudança à perda de renda das famílias e à falta de negociação com as escolas

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O maior número de transferências ocorreu nos primeiros anos do ensino fundamental

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Veloso ressalta ainda ter recebido um feedback positivo dos pais. “As escolas públicas não negaram as transferências, acolheram todos que solicitaram. Não deixaram os pais desamparados. Não recebemos nenhuma reclamação. Vamos ver quando voltarem as aulas presenciais, no espaço físico [dos colégios públicos], pois acredito que esse seja o problema. Mas, no ambiente virtual, até o momento só posso elogiar”, completou.

O diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, ressalta que a migração só demonstra, mais uma vez, a importância do investimento na educação pública. “O GDF precisa construir mais escolas, ampliar e fazer grandes reformas nas já existentes e convocar os professores concursados que aguardam as nomeações”, frisou.

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