Pandemia do coronavírus: CEB não vai cortar luz de inadimplentes
Segundo o diretor-presidente da CEB Holding, Edison Garcia, a decisão tem importância social durante a crise, mas alertou: “Não há isenção”
atualizado
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A Companhia Energética de Brasília (CEB) deixou de suspender o fornecimento de luz dos inadimplentes. A medida foi determinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para minimizar os impactos da quarentena contra a Covid-19, antes mesmo de a Aneel proibir a interrupção do serviço por falta de pagamento.
Segundo o diretor-presidente da CEB Holding, Edison Garcia, a decisão tem importância social durante a crise, mas ele pediu para que os consumidores com condições financeiras não atrasem os pagamentos. “Não há isenção”, frisou.
Caso a inadimplência cresça aceleradamente, o equilíbrio de caixa será perdido, pois pode comprometer 43% da arrecadação mensal da estatal. “Não temos capital de giro para financiar isso por 90 dias”, alertou. Além disso, protestos e negativações não foram suspensos.
Em entrevista coletiva pela web nesta sexta-feira (27/03), o representante da Companhia Energética de Brasília informou que não corre mais risco de perder a concessão para transmissão de energia. O diretor-presidente da CEB Holding apresentou o resultado da companhia e subsidiárias em 2019. Nos últimos dois anos, o lucro líquido total da empresa saltou de R$ 86 milhões para R$ 119 milhões.
Dentro dessa conta, o balanço da CEB Distribuição, subsidiária responsável pela transmissão de energia no DF, saiu do negativo para o positivo. Em 2018, a subsidiária teve prejuízo de R$ 33 milhões. Mas, ao longo de 2019, alcançou lucro líquido de R$ 41 milhões.
Até então, a CEB Distribuição corria o risco de perder a concessão da (Aneel). Mas o bom desempenho da subsidiária afastou essa possibilidade. “Não há risco de quebra de nenhuma cláusula do contrato”, pontuou Garcia.
Segundo o diretor-presidente, a recuperação é resultado de um conjunto de ações. O programa Recupera resgatou R$ 103 milhões em contas inadimplentes, regularizando a situação de R$ 26 mil famílias. Além disso, a estatal vendeu um terreno de R$ 50 milhões.
Privatização em marcha
Em outra frente, a estatal reforçou o caixa com R$ 130 milhões em financiamentos. Mesmo assim, a empresa segue em marcha com estudos para privatização.
De acordo com Garcia, o modelo será apresentado para os acionistas da estatal até o final de abril. Os efeitos da crise serão mensurados e apresentados em assembleia.