Palco desaba em colação de grau de alunos da Faculdade Fortium

Os estudantes da Faculdade Fortium levaram um susto na noite desta quarta-feira (22/3). O palco onde cerca de 130 formandos fariam a colação de grau, no espaço de eventos Hípica Hall, desabou. Por volta das 21h, quando uma aluna subia no tablado para se sentar ao lado de, pelo menos, 30 colegas, a estrutura de madeira cedeu e os estudantes caíram. Cerca de 700 pessoas estavam na casa de eventos no momento do acidente.

Uma aluna torceu o pé e outro cortou a mão. Embora as ocorrências não tenham sido graves, o momento mais importante na vida de um estudante acabou em decepção. “É uma situação sem precedentes. Ficamos preocupados, pensamos em cancelar o evento, mas os pais e os alunos não deixaram”, afirmou a diretora da Fortium, Meire Carvalho.

Segundo ela, a colação foi realizada para a entrega do diploma de 130 formandos dos cursos de administração, direito, tecnólogos de gestão e sistemas da informação. A empresa organizadora foi contratada pelos alunos, que pagaram R$ 150 pelos serviços prestados. A taxa, multiplicada por 130, soma quase R$ 20 mil.

Decepção
A formanda Silvia Eveline Gomes Borges, 24 anos, do curso de sistemas da informação, contou como o acidente aconteceu. “Tinha cerca de 30 alunos na arquibancada montada. Quando uma menina começou a subir, uma parte do palco desabou, depois outra também cedeu. A sorte é que ninguém ficou ferido gravemente”, relatou. Silvia confirma a intenção da faculdade de cancelar o evento. “Foi horrível, mas optamos por concluir”, afirmou.

Houve muita preocupação e um princípio de tumulto. Depois, alteraram a cerimônia. Os formandos mudaram de lugar e os discursos foram reduzidos. “Pularam uma série de etapas importantes, mas entregaram o canudo, fizemos o juramento das profissões. É decepcionante, porque nossa família estava lá. É um momento muito importante”, completou Silvia.

Polêmicas
O acidente com o palco entra para uma lista de episódios decepcionantes envolvendo a Fortium. Além de ser alvo de ações de despejo por não pagar aluguéis e responder a pelo menos 74 processos na Justiça, a maioria por pendências com ex-funcionários, a instituição atrasou a emissão de diplomas de formandos a partir de 2014. Para obter o documento, muitos ex-alunos tiveram que recorrer à Justiça.

A lista de funcionários que deixaram a faculdade e não receberam é longa. Conforme o Metrópoles divulgou nesta semana, em um dos casos, o do professor Roberto Grosse Júnior, a instituição deve cerca de R$ 100 mil, em valores atualizados. O docente ministrou aulas de Arquivologia no preparatório para concursos e na pós-graduação da faculdade entre 2007 e 2009.

Para completar a má fase, em 6 de março, a Justiça deu prazo de 10 meses para a Fortium desocupar o prédio que ocupa na 616 Sul. Isso porque a faculdade acumula R$ 1,5 milhão em aluguéis atrasados. Com a medida, 1.570 alunos de nove cursos podem ficar sem lugar para estudar.