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Pais e alunos marcam carreata contra volta de aulas presenciais no DF

Manifestação acontece nesta quinta-feira, às 12h, com início em frente ao Buriti. Em documento, pais e estudantes expõem motivos; veja

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metropoles
Escola pública
1 de 1 Escola pública - Foto: Myke Sena/Especial para o Metropoles

Um grupo de pais e estudantes do Distrito Federal farão uma carreata nesta quinta-feira (29/7) contra a volta das aulas presenciais na rede pública. O ato vai acontecer no Eixo Monumental, com concentração prevista para as 12h, em frente ao Palácio do Buriti. Os manifestantes pretendem descer para a Rodoviária do Plano Piloto e voltar para a sede do Executivo local.

Segundo um pai de aluno e participante do protesto Eduardo Zanata, os manifestantes devem levar faixas e ainda estão vendo a possibilidade de alugar um carro de som. A principal reclamação do grupo é a decisão do governo de retorno às aulas presenciais sem um amplo debate com a comunidade escolar.

“A gente acha que o mínimo do mínimo é que os pais não sejam obrigados [a mandar os estudantes de volta]. A avaliação é que a pandemia não está sob controle, mas queremos pelo menos o direito de opção que foi dado as escolas particulares”, afirma Eduardo.

As famílias dos estudantes das escolas privadas podem escolher se os alunos retornam às atividades presenciais ou se continuam em ensino remoto.

A Secretaria de Educação prevê o retorno dos estudantes às salas de aula a partir de 5 de agosto. A volta acontece de forma escalonada por nível de ensino. Os estudantes do ensino público não voltam presencialmente à escola desde o primeiro decreto de combate à pandemia de Covid-19 no DF, em 11 de março de 2020.

A decisão de retomar as aulas em 2 de agosto foi tomada pelo GDF após os professores terem sido imunizados com a vacina da Janssen, que é dose única. Os 6 mil professores imunizados em maio com a vacina da AstraZeneca terão a D2 antecipada.

Além disso, o GDF se baseia na redução da média móvel de contaminação para liberar o retorno do ensino presencial, suspenso desde março de 2020 devido à pandemia do novo coronavírus.

Veja calendário de programação:

Calendário de Volta às aulas no DF

Mobilização

A organização começou com um grupo no WhatsApp, que logo chegou ao limite de usuários. Eles então decidiram criar um grupo no Telegram, que permite maior número de participantes. Segundo Zanata, são quase 800 pessoas reunidas, além de outros que não estão no aplicativo mas acompanham as discussões “por fora”.

Os pais lançaram um abaixo-assinado na internet contra a volta às aulas presenciais no DF que até a noite desta terça-feira reunia 2.692 assinaturas. Ao lado dos alunos, eles também elaboraram uma minuta explicando os motivos de serem contra o retorno dos estudantes. O objetivo é entregar o documento ao Governo do Distrito Federal e a deputados distritais.

“Marcamos uma reunião com a secretária de Educação [Hévia Paranaguá], marcamos com o Fabio Felix e a Arlete [Sampaio] e estamos pedindo uma com o Rafael Prudente”, explicou Zanata.

Motivos

A minuta de 10 páginas que os pais e estudantes pretendem entregar ao governo detalha os motivos pelo qual não querem os estudantes de volta à sala de aula. O documento elenca motivos como a falta de vacina, a falta de infraestrutura nas escolas, a variante Delta, a falta de hábito das crianças em relação a medidas de proteção e a falta de envolvimento da comunidade escolar na decisão de retorno.

O GDF tem corrido com a vacinação dos professores para conseguir voltar com as aulas presenciais ainda em agosto. Nessa segunda-feira (26/7), foi anunciado que 6 mil professores receberão a segunda dose da AstraZeneca, de forma adiantada, já a partir desta terça-feira (27).

Na minuta, os pais protestam: “O decreto afirma que aqueles que tomarem a segunda dose têm 15 dias para voltar ao ensino presencial, porém os próprios fabricantes indicam prazos diferentes para a imunização máxima. A fabricante da Janssen, por exemplo, indica o prazo de 28 dias”, escreveram. O decreto a que o documento se refere é o 42.253, de 30 de junho de 2021, que estabeleceu o retorno dos servidores às atividades presenciais.

Outro ponto levantado é a falta de adaptações arquitetônicas nas escolas que favoreçam a circulação de ar que, segundo o documento, não aconteceu por falta de verbas. “Além disso, a testagem e o rastreamento sequer têm sido empreendidos pelas escolas privadas de altíssima mensalidade”, afirmam os pais.

Veja a coletiva em que o GDF detalhou a volta às aulas, nesta terça:

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"A escola é um ambiente de socialização. Os nossos estudantes precisam estar nesse ambiente"
A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, anuncia os detalhes do plano de volta às aulas presenciais da rede pública de ensino
Welington Moraes, secretário de comunicação
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A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, anuncia os detalhes do plano de volta às aulas presenciais da rede pública de ensino

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"A escola é um ambiente de socialização. Os nossos estudantes precisam estar nesse ambiente"

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A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, anuncia os detalhes do plano de volta às aulas presenciais da rede pública de ensino

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Welington Moraes, secretário de comunicação

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Sobre a variante Delta, os pais apontam os riscos para a comunidade como um todo. “[Muitos pais] Enfrentam trânsito, ônibus cheios, pessoas na rua, aglomeração e, assim, por falta do distanciamento e isolamento necessários, poderão deixar seus filhos órfãos se, ainda por cima, correrem o risco de ter que dormir em hospitais lotados, caso eles se contaminem”, diz a minuta.

Por fim, a manifestação coletiva reclama da falta de diálogo com a comunidade escolar. “O GDF em nenhum momento consultou ou envolveu o conjunto da comunidade escolar no processo de organização dos protocolos e critérios para o retorno das atividades presenciais”, reclamam.

Veja o documento:

Minuta do movimento de pais e estudantes contra à obrigatoriedade do retorno às aulas presenciais previstas… by Metropoles on Scribd

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