Pais acusados de maltratar e causar morte da filha viram réus no DF
Esther, de 6 meses, morreu após ser levada ao hospital com queimaduras na vagina, ânus, virilha e rosto, além de lesões no corpo
atualizado
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Acusados de maltratar e causar a morte da própria filha, de apenas 6 meses de idade, Anderson Gustavo de Araújo Barbosa, 29 anos, e Elizana Pereira, 23, viraram réus na Justiça. A juíza Iracema Botelho acolheu a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e destacou, em sua decisão, que “a materialidade e os indícios de autoria são suficientes” para que eles respondam pelo homicídio.
A magistrada também determinou que os hospitais regional de Sobradinho e Materno-Infantil – Hras e Hmib – enviem cópia do prontuário médico da vítima ao Instituto Médico Legal (IML), em até 10 dias, “sob pena de configuração do crime de desobediência”. Os documentos servirão de base para que a unidade da Polícia Civil faça um exame de corpo de delito de forma indireta (sem examinar o corpo).
Elizana e Anderson cumprem prisão preventiva e foram indiciados por feminicídio. Eles serão levados a júri popular. Responderão por homicídio qualificado: cometido de forma cruel, sem chance de defesa para a vítima e por ter sido cometido contra uma mulher (com agravante de ela ser criança). Se condenados, podem pegar 30 anos de prisão.
Os pais são acusados de maltratar e matar a pequena Esther. A menina perdeu a vida no dia 3 de novembro, após ficar quatro dias internada no Hmib. O conselho tutelar tomou conhecimento do caso em 29 de outubro deste ano, pela direção do Hospital Regional de Sobradinho, onde a menina foi levada após parar de respirar em casa. Na unidade de saúde, médicos identificaram queimaduras na vagina, ânus, virilha e rosto da criança, além de lesões antigas já calcificadas.
O casal recebeu voz de prisão ainda no hospital, após denúncia da equipe de saúde. Para a polícia, a mãe atuou de forma ativa. Já o pai foi negligente com a situação. Não denunciou nem fez algo para mudar. “Quando ficava sem paciência, jogava a bebê no chão”. A frase foi dita por Elizana a uma agente da Polícia Civil no dia em que foi presa em flagrante suspeita de maus-tratos contra a filha e consta no inquérito.