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Pai que atirou em torturador e estuprador do filho vai a júri popular

Eloi Dematte cometeu o crime depois de descobrir que o cunhado abusava repetidas vezes do filho, que tem deficiência intelectual

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1 de 1 Feminismo - feminino - abuso sexual - violência sexual - estupro - Foto: Getty Images

Um pai que tentou matar o estuprador do filho com um tiro no pescoço será julgado pelo Tribunal do Júri na próxima quinta-feira (26/9). Segundo o processo, Eloi Dematte cometeu o crime depois de descobrir que o cunhado abusava repetidas vezes do rapaz, que tem deficiência intelectual.

A tentativa de homicídio aconteceu em novembro de 2015. Na data, os pais do jovem foram procurados pela psicóloga do filho para uma conversa. Durante o diálogo, a mulher perguntou se o casal tinha conhecimento dos abusos sofridos pelo rapaz. Segundo ela, em uma sessão anterior, a vítima narrou que o tio, irmão gêmeo da mãe dele, o estuprava desde 1997.

Conforme o relato do vulnerável, o crime ocorria aos finais de semana – ocasiões em que ficava na casa do agressor. No local, o rapaz era obrigado a vestir calcinha, fio dental e outras roupas femininas. O criminoso também passava batom na boca do sobrinho e o beijava. Segundo o desabafo da vítima, essas torturas psicológicas antecediam os estupros, que ocorriam em um rancho localizado na parte de trás da propriedade.

Nesse rancho, conforme relatado, o homem colocava o sobrinho diante de “roçadeiras, machados e foices”, na tentativa de ameaça-lo. Conforme consta no processo, o tio dizia que se ele gritasse ou fizesse barulhos, o mataria. O abusos, de acordo com o Ministério Público, seguiram o mesmo modus operandi por ao menos 324 vezes.

O medo de morrer impedia que a vítima, que tem necessidades especiais, denunciasse os estupros. Contudo, anos após sofrer a violência, o jovem revelou a uma psicóloga o que estaria acontecendo.

Morte antes de cumprimento de sentença

Durante a conversa com os pais do rapaz, a profissional disse que o casal ficou abalado. A mãe do vulnerável, inclusive, contou que “desconfiava” que algo estivesse acontecendo após uma vizinha alertá-la sobre comportamentos estranhos envolvendo tio e sobrinho. A genitora, porém, não teria cogitado abusos.

Depois da reunião com a psicóloga, o casal voltou para casa, em Santa Catarina. De acordo com o processo, os dois planejavam registrar um boletim de ocorrência contra o agressor. Porém, logo após a mulher sair de casa para trabalhar, Eloi pegou uma arma, procurou o estuprador do filho e atirou contra ele. Apesar da tentativa, o homem não morreu.

Um processo foi aberto contra Eloi por homicídio tentado. O tio do jovem teve de responder por estupro de vulnerável e chegou a ser condenado pelo crime, quatro anos após ação judicial. Contudo, antes que pudesse cumprir a pena, morreu em um acidente de carro.

Eloi, por sua vez, será julgado na próxima quinta-feira (26/9), no Tribunal do Júri de Santa Catarina.

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