Pai de ex-aluno do Sigma morto por choque: “Como estão vendendo isso?”
Má fabricação de carregador pirata vendido em loja na Rodoviária de Brasília ocasionou a morte de João Vitor Domat Remus, em agosto
atualizado
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Frederico Remus, de 47 anos, descreveu a perda de seu filho como “idiotice”. O ex-aluno do Sigma João Vitor Domat Remus, de 13 anos, recebeu uma descarga elétrica após tocar nos pinos de energia de um carregador defeituoso e faleceu no início de agosto, deixando a família desolada. Agora, com a conclusão do laudo pericial, a causa da morte foi confirmada.
Além da soltura das hastes de metal do restante do carregador, devido a “má qualidade construtiva”, constatou-se que o aparelho não possuía a certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para comercialização. “Será que esses produtos que estão sendo vendidos nos shopping centers, feirinhas, nas páginas dessa empresas na internet têm o selo da Anatel?”, questiona, aflito, o pai. “Se não têm, como estão sendo vendidos?”
Segundo Frederico, o caso será levado adiante para responsabilização não apenas da loja que vendeu o produto defeituoso mas também para cobrar dos órgãos de fiscalização o controle de qualidade dos produtos, principalmente daqueles importados. “Vamos parar e repensar em quais critérios estão sendo usados para importação”, cobra, “Será que esses testes estão sendo eficientes? Estão tendo eficácia? Será que estão sendo feitos de fato?”
O patriarca ainda afirma que uma ação civil pública já está sendo elaborada com o apoio de outras entidades do Distrito Federal. “Eu sofro por um lado, do outro eu sou punido por incompetência de órgãos, omissão, negligência, entendeu? Tá errado!”, desabafa.
Certificação
O laudo pericial concluiu que o aparelho não possuía o selo de certificação da Anatel. De acordo com a agência, o selo garante ao consumidor a qualidade dos serviços e segurança, além de condições de garantia e assistência técnica.
Normalmente, ele fica estampado no próprio aparelho, identificando a certificação do produto, o ano da emissão do certificado e o fabricante. Contudo, quando não há espaço no utensílio, é permitido que o fabricante coloque o selo completo no manual e apenas o número de certificação no produto.