Pai de Bernardo falou com presos antes de ser achado morto
Preso por matar filho de 1 ano e 11 meses, Paulo Osório foi achado com sinais de enforcamento na Papuda. Ele usou lençol para esconder cela
atualizado
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Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, preso após confessar o assassinato do próprio filho Bernardo, de apenas um 1 ano e 11 meses, conversou com internos da Ala G, Bloco F, da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), antes de ser encontrado morto com sinais de enforcamento na tarde desse sábado (11/04) na cela onde estava.
O Metrópoles conseguiu detalhes do relato do servidor que encontrou o corpo. O policial informou que fazia a vistoria no Bloco F, ato conhecido como “confere”, e, ao chegar à ala G, verificou que a cela onde Paulo Osório era mantido preso estava escondida por um lençol, o que impossibilitava a visualização de seu interior.
O agente contou ter chamado o detento, mas não obteve resposta. Ele tirou o lençol e visualizou Paulo desfalecido, com uma corda amarrada no pescoço, no espaço do banho de sol na cela. O servidor acredita que, nesse momento, o preso já estava sem vida.
Confira fotos do caso:
A equipe de apoio foi acionada e foram feitas manobras de primeiros socorros. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito.
Internos das celas vizinhas afirmaram que conversaram com Paulo por volta das 13h e que, depois, não ouviram nenhum barulho vindo da cela ao lado. O policial afirmou ainda que não há qualquer ocorrência de contaminação por Covid-19 na ala, tampouco presos com sintomas da doença.
Sesipe
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), órgão responsável pela administração do presídio, informou que o corpo foi encontrado pelos policiais penais, na tarde de sábado, durante uma vistoria de rotina no complexo penitenciário.
“A Sesipe informa que, por volta das 17h15 de sábado (11/04), quando era realizada a inspeção vespertina na PDF I, foi encontrado o detento Paulo Roberto de Caldas Osório no chão da cela com sinais de suicídio por enforcamento”, informou.
A Sesipe-DF também disse que os agentes tentaram reanimar a vítima. “Foi acionada a sirene e o policial penal entrou no local e deu início aos procedimentos de reanimação, sem sucesso. O Samu foi acionado, mas, quando chegou, apenas comprovou o óbito”, ressaltou.
Paulo ficava em uma cela individual, na mesma ala onde estão os hackers detidos na Operação Spoofing. No local, também já estiveram presos o senador Acir Gurgacz, ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Luiz Estevão.
A condição de ser colocado em isolamento era medida adotada para evitar que ele fosse alvo da massa carcerária, em função da gravidade do crime cometido.
O crime
Paulo, que era ex-servidor do Metrô-DF, estava preso desde novembro do ano passado. Após pegar o filho na creche, na Asa Sul, ele ofereceu ao menino um suco com remédios controlados. Provas colhidas ao longo da investigação indicam, segundo a Polícia Civil, que o ex-servidor do Metrô matou o garoto antes de pegar a BR-020 em direção à Bahia. Ao ser encontrado naquele estado, confessou que deu uma superdosagem de medicamento controlado ao garoto, que começou a passar mal ainda na casa do pai, na 712 Sul.
O assassino confesso percorreu 1.035 km com o corpo até o Povoado Campos de São João, zona rural do município de Palmeiras (BA), onde o jogou às margens da BR-242, com a cadeirinha infantil.
O corpo foi desovado na região de Palmeiras. No dia 30 de novembro, o homem foi até Salvador. Depois, acabou preso em Alagoinhas (BA).
Sete dias após a localização do corpo do menino na Bahia, a Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) concluiu a investigação sobre o caso. O relatório policial foi finalizado e enviado à Justiça.
Posteriormente, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra o pai da criança. O homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (praticado contra criança, motivo torpe e meio insidioso) e ocultação de cadáver.
Veja vídeo em que Paulo fala sobre o crime:
Assassinato da mãe
Em 1992, Paulo Roberto também tirou a vida da própria mãe. Pelo assassinato, Osório cumpriu pena de 10 anos na ala psiquiátrica da Papuda. Na ocasião, ele tinha apenas 18 anos.
Segundo a polícia, a vítima foi surpreendida por Paulinho, como era chamado na época, assim que chegou em casa. O então jovem esfaqueou e enforcou a mãe e, em seguida, queimou o corpo dela.
Veja aqui a cobertura completa do caso Bernardo.