Pacientes da rede privada podem buscar medicamento contra Aids no sistema público do DF
Remédio previne os grupos de risco antes de expostos ao vírus HIV. Pedidos podem ser feito desde 1º de setembro
atualizado
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Desde 1º de setembro, os pacientes da rede privada que quiserem se proteger do vírus HIV, que causa a Aids, já podem pedir para os médicos prescreverem a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). O medicamento é indicado para trabalhadores do sexo, homens que têm relações sexuais com outros homens e pessoas trans.
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV consiste no uso de antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia mostrou-se eficaz e segura para aqueles com maiores riscos de adquirir a infecção. A PrEP faz parte das estratégias de prevenção combinada do HIV.
Segundo o médico sanitarista João Darques, membro do grupo de trabalho e estudos da população LGBTQIA+ da Secretaria de Saúde, é importante que os grupos em que se concentra a disseminação dos vírus HIV procurem os métodos de prevenção.
“É importante a aderência ao PrEP para as pessoas que estão em situação de risco. A utilização da profilaxia reduz até 98% dos casos de HIV, das duas formas que podem ser tomadas, tanto diariamente, como PrEP on demand, que é antes e depois do ato sexual”, explicou o especialista.
O custo da quantidade necessária para usar o medicamento durante um mês é de R$ 365. O remédio é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A novidade é que, desde 1º de setembro, médicos da rede privada também podem receitar os tratamento para os pacientes, que podem ter acesso ao medicamento via SUS.
“Isso é um grande avanço pra que a gente estimule [a prevenção], pois estamos tendo um pico de transmissão entre os jovens que não viveram o drama da Aids, na década de 1990”, explicou Darques. Segundo o sanitarista, basta que os médicos da rede privada sigam o Ciclon, que é uma base de formulários e orientações do Ministério da Saúde, para que o paciente da rede privada tenha acesso ao tratamento.
“O médico se responsabiliza a fazer o acompanhamento e avaliar a aderência do paciente ao tratamento. Não é só ter o remédio, é preciso que o paciente use o medicamento. Estamos trabalhando num conceito social e coletivo, o mesmo conceito da vacina”, afirmou Darques.
Além do PrEP, estão dentro das ferramentas da prevenção combinada ao HIV a testagem; a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); o uso regular de preservativos; o diagnóstico oportuno e tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (IST); a redução de danos; o gerenciamento de vulnerabilidades; a supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; e as imunizações.
“Qualquer pessoa pode pedir para seu médico, tem uma cartilha que explica quem pode ou não pode aderir a esse tratamento, tem um público-alvo, mas qualquer cidadão pode se consultar, tirar suas dúvidas e pedir para que se cadastrar no Ministério da Saúde”, orienta Darques.
Com informações da Secretaria de Saúde