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Pacientes com suspeita de Covid-19 denunciam demora no atendimento do Hran

Segundo relatos, na maior parte do tempo, apenas um médico atende casos suspeitos na unidade, que é referência ao tratamento da doença no DF

atualizado

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Hran
1 de 1 Hran - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Além de ter que lidar com a ansiedade que precede o diagnóstico de Covid-19, os pacientes que apresentam sintomas da doença enfrentam horas de espera no corredor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a unidade de saúde referência no tratamento do novo coronavírus no Distrito Federal.

Segundo pacientes relataram ao Metrópoles na tarde desta terça-feira (22/12), o hospital conta com apenas um médico na escala de fim de ano. Em alguns momentos, a unidade chega a ficar sem nenhum profissional de saúde responsável por zerar a fila dos casos de suspeita da Covid-19.

Foi o que afirmou a auxiliar administrativa Mônica Lima, 30 anos. A moradora do Cruzeiro levou o marido ao hospital no último domingo (20/12), mas foi informada pelos porteiros que não havia ninguém para atendê-lo. Por isso, retornou ao Hran nesta terça-feira.

“Vim aqui hoje e tinham várias pessoas reclamando que não tinha atendimento”, contou ela, que ficou a tarde toda no hospital. “É um descaso, eles não dão uma posição sobre o que está acontecendo. Já vi matérias falando muito bem da gestão do hospital em relação à Covid-19… Pois eu tentei pela primeira vez e não consegui ser atendida”, reclamou.

Às 17h30 desta terça-feira, pelo menos 19 pessoas aguardavam atendimento na área de espera do 1º andar do Hran. Algumas, desde cedo.

O seminarista Hugo Junqueira, 26 anos, morador do Entorno, também se queixou da demora no atendimento nesta terça. “Só tem um médico aqui e ele chama cinco pacientes por vez. A enfermeira falou que vai levar de quatro a cinco horas para atender outro grupo”, resumiu.

Hugo precisou acompanhar a mãe de 54 anos ao Hran. Ela tinha os exames da Unidade Básica de Saúde na qual recebeu atendimento inicial, mas os profissionais do Hran pediram que ela repetisse os procedimentos e passasse novamente pela triagem.

A professora Carla Alves,  de 42 anos, afirmou ter conversado com uma senhora que aguardava atendimento desde as 9h desta terça. A espera para a educadora não foi melhor: assim que passou pela triagem, uma enfermeira informou a Carla que o atendimento ia demorar mais de três horas. “Aos poucos foi chegando cada vez mais gente e a moça falou: ‘Agora que não tem medico'”, contou.

Carla mora no Lago Oeste e a demora no atendimento atrasou seus planos. “A uma hora dessas já perdi meu ônibus. Vou ter que passar a noite aqui no hospital”, lamentou no fim da tarde.

Segundo a empresária Edja Silveira, 52 anos, os médicos não voltaram do almoço e ninguém conseguia localizá-los. “Estou aqui desde às 14h. Dizem pra gente que tem um médico, mas acho que não tem ninguém… Não chamam nenhum paciente”, disparou. “Uma semana atrás estive aqui com o meu marido e rapidamente fomos atendidos, foi muito bom. Mas hoje, eu cheguei e foi assim”, completou a paciente. Para ela, a demora no atendimento está ligado à escala de fim de ano da unidade de saúde pública.

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Informações passadas aos pacientes era de que havia apenas um médico disponível
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Pacientes aguardando atendimento no Hran

Arquivo Pessoal
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Informações passadas aos pacientes era de que havia apenas um médico disponível

Arquivo Pessoal

 

O que diz a Secretaria de Saúde

Questionada sobre a disponibilidade de médicos no Hran, a escala de Natal dos profissionais da unidade e a fila de espera na tarde desta terça-feira, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) afirmou que havia dois médicos finalizando prescrições e um plantonista de prontidão.

A pasta informou ainda que os pacientes são chamados em grupos de cinco porque o espaço no interior do consultório é pequeno e o distanciamento entre as pessoas deve ser observado.

A pasta confirmou que no domingo “ocorreu a ausência de um profissional que está sendo apurada”. Disse ainda que, no início da noite desta terça, o hospital tinha 22 pacientes na espera da clínica médica, sendo todos com classificação verde: pacientes classificados como amarelos, laranjas e vermelhos são atendidos primeiro.

A SES-DF ressaltou que os pacientes classificados como verdes deveriam procurar atendimento nas unidades básicas de saúde, que estão preparadas e aptas para esse tipo de atendimento. A secretaria ainda informou que a nova direção do Hran assumiu a gestão com um número alto de atestados diversos na clínica médica e estão sendo feitos ajustes nas escalas para que não ocorra prejuízo no atendimento ao público.

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