Paciente liberada de UPA morre após sofrer 14 paradas cardíacas, no DF
Fabiana Teles dos Santos, 28 anos, foi atendida no local após passar mal em decorrência de uma suposta infecção urinária
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a causa da morte de uma mulher de 28 anos que sofreu 13 paradas cardíacas, na última terça-feira (13/12), no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Fabiana Teles dos Santos foi atendida no local após ser medicada em uma unidade de pronto atendimento (UPA) do DF e passar mal.
Ao Metrópoles, um amigo da vítima, que prefere não se identificar, contou que na manhã do ocorrido Fabiana relatou fortes dores no ventre e se consultou na UPA do Setor O.
Durante a consulta, a mulher que é psicóloga, teria sido diagnosticada com infecção urinária, sendo liberada após tomar medicação no local. Porém, horas depois, ela voltou a passar mal, desmaiou e teve a primeira parada cardíaca.
“Após ser liberada da UPA, ela chegou a gravar um áudio falando que tinha piorado após tomar o remédio, que até tinha sentido uma dor no peito e achava que ia morrer”, relatou o amigo.
Fabiana foi reanimada pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) e transportada ao HRC. No hospital, a mulher teve outras 13 paradas cardíacas e, por volta das 21h, morreu.
“No atestado de óbito dela, não consta a causa da morte. Os médicos não conseguiram identificar o que Fabiana tinha e descartaram a hipótese de que o óbito tenha sido causado pela infecção urinária, mas suspeitaram de intoxicação”, detalha o amigo da vítima.
Segundo ele, a família foi orientada a registrar boletim de ocorrência para que o corpo da psicóloga passasse por autópsia no Instituto Médico Legal (IML), a fim de descobrir o que teria levado a psicóloga a óbito. “A gente acredita que pode ter havido erro médico na medicação que ela recebeu na UPA”, argumenta.
Fabiana estava morando no Distrito Federal havia cerca de um ano, com a filha de 4. Há poucos meses, havia começado a atender em um consultório de psicologia e tentava reatar o casamento com o marido.
“Estamos todos em choque com a morte dela. Ela era muito nova, não tinha doença. Estava muito feliz com a nova fase da vida dela, com a filha pequena. Queremos que a causa da morte seja apurada”, lamenta o amigo.
O caso é investigado pela 24ª DP (Setor O).
O que diz a Secretaria de Saúde
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde disse que “a paciente deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia, sendo encaminhada para a Sala Vermelha, onde foi atendida e medicada. A paciente sofreu uma parada cardíaca. Infelizmente, o quadro de saúde evoluiu para óbito, constatado às 21h50. O corpo foi encaminhado para o IML para realização de necropsia que poderá apontar a causa da morte”.
O Iges-DF, que responde pela administração das UPAs do Distrito Federal, também se manifestou por meio de nota. Veja abaixo na íntegra:
“IgesDF informa que os registros de Prontuário confirmam o atendimento da paciente na madrugada do dia 13 para 14 de dezembro na UPA de Ceilândia. Todo o atendimento médico foi prestado, exames coletados e analisados e terapia antibiótica foi instituída, sendo a paciente liberada para domicílio. Ao final da tarde do dia 14/12 a paciente deu entrada no HRC, levada pelo CBMDF quando iniciou várias paradas cardiorrespiratórias. Ela evoluiu para o óbito por volta das 22:00 naquele hospital e há relatos de encaminhamento para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), para elucidação da causa da morte. O IgesDF acompanha de forma atenciosa o caso, mas somente poderá se manifestar após a conclusão da necropsia”.