Paciente com doença rara tem diagnóstico errado e luta por vaga em UTI
Mesmo com uma liminar judicial, a família da paciente relata que ainda não conseguiu um leito de UTI hematológica para o tratamento
atualizado
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Uma paciente com uma doença rara recebeu diagnóstico errado de dengue após passar por atendimento na rede pública de saúde do Distrito Federal. Agora, mesmo com uma liminar judicial, Renata Cristina do Santos, de 42 anos, luta por uma vaga em uma UTI hematológica para o tratamento de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT).
Renata deu entrada no dia 15/4 na UPA de Planaltina se queixando de manchas na pele. Os médicos da UPA analisaram e indicaram o problema como suspeita de dengue, e Renata permaneceu internada no local por mais três dias.
Como o nível das plaquetas da paciente não aumentaram, no dia 18/4 ela foi transferida para o Hospital da Cidade do Sol, em Ceilândia, onde permaneceu sob monitoramento com o diagnóstico de dengue.
Passados dois dias de internação, na sexta-feira (20/4), Renata teve suas plaquetas oscilando para baixo e precisou ser novamente transferida, mas agora para o Hospital de Santa Maria (HRSM), onde foram solicitados exames específicos para a vítima que só são realizados neste hospital. A promessa é que ela teria retorno sobre sua condição após dois dias.
Chegada a última segunda-feira (22/4), ainda sem resposta oficial, a família de Renata foi informada de que a paciente seria direcionada para uma nova consulta no dia seguinte, mas agora com uma hematologista.
O filho dela, Lucas Santos Neves, 25, revela que a mãe passou a noite no corredor do hospital enquanto aguardava o novo exame. “Deixaram ela largada no corredor, tivemos que dar um jeito de arrumar um espaço para deixá-la. Além disso, o hospital não tinha nada, nem um termômetro para aferir a temperatura”, contou.
Novo diagnóstico
Nessa quarta-feira (24/4), Renata foi reavaliada, e os médicos descartaram dengue. O novo diagnostico é de PTT, doença autoimune que consome as plaquetas do corpo.
Foi indicado que ela seja novamente transferida, mas desta vez para o Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde há um aparelho específico para essa doença. “Apesar do novo resultado, a médica ainda não deu certeza do caso”, disse o filho de Renata. “Por isso, deve ser feito esse exame no aparelho do HUB.”
Lucas disse ter entrado em contato com o HUB para solicitar a transferência, mas o HSRM teria impedido, alegando que o HUB não tem mais vaga para novos enfermos. “Ligamos no HUB e disseram que tinha, sim, novas vagas para minha mãe, mas o HSRM nega e ficamos nesse disse-me-disse e sem saber o que fazer”, finalizou Lucas.
Até o momento da publicação desta reportagem, Renata segue aguardando a transferência para o HUB em um box do HRSM. Segundo seus parentes, ela permanece desorientada devido à baixa quantidade de plaquetas em seu organismo.
Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (Ses-DF) disse, em nota, que “a paciente está sendo assistida pela equipe multidisciplinar na sala vermelha do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM)”.
“No momento, está hemodinamicamente estável, verbalizando, utilizando a medicação necessária, recebendo plaquetas e plasmas conforme prescrição da equipe de hematologia da unidade. Aguardando leito e sendo assistida 24h”, acrescentou o comunicado.