Pacientes denunciam condições precárias em centro obstétrico de hospital do DF
Foi relatado que os acompanhantes das gestantes e os recém-nascidos também são prejudicados pela falta de estrutura
atualizado
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Pacientes internadas no Centro Obstétrico do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) denunciam condições precárias da unidade de saúde. Segundo as mulheres, há diversas situações irregulares no local, entre elas, salas impróprias para receberem gestantes. De acordo com o relato, há salas sem ventilação e fora do padrão definido pelo Ministério da Saúde.
De acordo com uma delas, todas as pacientes ficam juntas. A sala utilizada para a recuperação da anestesia após a cesarianas é a mesma utilizada por gestantes que estão em trabalho de parto normal, aguardando a dilatação para iniciar o procedimento. As pacientes deveriam ser atendidas em boxes individuais, com três etapas: pré-parto, parto e pós-parto (PPP), de acordo com a Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde.
“A equipe de trabalho se supera. Eles estão fazendo o melhor que podem. Na minha opinião, eles fazem milagre, porque trabalham em um lugar super improvisado, sem recurso nenhum. Acredito que esse hospital ficou nesse estado por falta de gestão, estão colocando os profissionais para ‘se virar’ com a população”, afirma uma das pacientes ouvidas pelo Metrópoles.
“A sala é muito apertada e quente. As gestantes estão sendo prejudicadas pela falta de estrutura, que deixa a desejar tanto para acompanhantes e recém nascidos”, completa.
A paciente conta, ainda, que a única fonte de ventilação é a porta do recinto, que não conta com janelas, ventiladores ou ar condicionado. A sala só tem um banheiro, com apenas um vaso sanitário para uso de todas as pacientes internadas na sala.
O que diz a Saúde
A Secretaria de Saúde do DF informou que tem realizado vistorias periódicas para averiguar a possibilidade de reforma do centro obstétrico (CO) do HRSam. O projeto ainda está em fase de aprovação. Até que as obras sejam iniciadas, segundo a pasta, o espaço passa por adaptações para cumprir as exigências previstas nos períodos de pré parto/parto/pós parto (PPP), além de preservar o direito das pacientes à acompanhante durante todo o processo. A secretaria, ainda, esclareceu que o HRSam é o terceiro hospital da rede em número de partos. Em média, são realizados 300 partos/mês.
Rede cegonha
A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que propõe a melhoria do atendimento às mulheres e às crianças disponibilizando atendimento de pré-natal, garantia de realização de todos os exames necessários e vinculação da gestante a uma maternidade de referência para o parto.
Buscando tornar mais positiva essa experiência, oferecendo uma assistência humanizada à gestante e ao bebê, foram criados os quartos PPP. Um quarto PPP é aquele que é equipado para receber e acompanhar a parturiente durante esses três estágios, com todos os equipamentos de apoio ao trabalho de parto, com espaço para deambulação, e acompanhada da família e profissionais de saúde, além do constante monitoramento materno e fetal.