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Outro assédio: bombeiro que ameaçou jovem com arma mandou beijo para mulher no Metrô-DF

Segundo testemunha, o sargento Guilherme Marques Filho teria abaixado a máscara e mandado um beijo após passar a mão no cabelo da vítima

atualizado

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homem ameaçando negro
1 de 1 homem ameaçando negro - Foto: Reprodução

A cabeleireira de 29 anos que denunciou o assédio que sofreu do 1º sargento Guilherme Marques Filho, do Corpo do Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), no dia 18 de dezembro, deve ser reinquirida pela 12ª DP (Taguatinga Centro). A ideia é confirmar diversas versões ouvidas de testemunhas ao longo das investigações.

Conforme detalha o delegado Josué Ribeiro, responsável pelo caso, algumas pessoas ouvidas deram detalhes que não foram ditos pela vítima na primeira vez que ocorreu a oitiva. “Um segurança da estação disse que viu o acusado, após puxar o cabelo, abaixando a máscara de proteção e mandando um beijinho para ela”, conta.

Segundo Josué, o segurança garante que o ato foi flagrado por câmeras do local. “Eu mesmo ainda não vi as gravações, mas um relato desse colocaria por terra a versão de que o homem se confundiu, pois mesmo depois de ter visto quem era a mulher, continuou”, explica.

O inquérito policial tem 30 dias para ser finalizado antes de ser enviado à Justiça, prazo que pode ser prorrogado por mais 30 dias.

A vítima conta que aguarda o fim da investigação para continuar com o caso na Justiça. “Os advogados do Jair [homem agredido pelo bombeiro] no caso são os mesmos que os meus. Eles que estão tratando disso”, explica.

Procurado, o CBMDF informou que o processo de apuração disciplinar do militar tem prazo de 30 dias para conclusão das investigações, mas pode ser prorrogado “caso haja necessidade de coleta de mais provas”.

A corporação reiterou a posição como contrária “a qualquer forma de agressão e defende de forma contumaz o respeito a todo cidadão, ratificando seu compromisso com o dever de proteger a sociedade”.

O caso

O episódio revelado pelo Metrópoles ocorreu no dia 18 e ainda ficou marcado por uma ameaça feita pelo bombeiro a um homem que tentou acabar com o assédio. Após ser confrontado por Jair Aksin, o 1º sargento Marques Filho esboçou sacar uma pistola que levava na cintura, mas os seguranças do metrô conseguiram acalmá-lo e pediram para que Jair esperasse o bombeiro ir embora a fim de evitar confusão. No entanto, ao sair da estação, Marques Filho esperava o programador.

Assustado, o rapaz correu para dentro de uma loja especializada na venda de peixes e aquários. “Tentei me posicionar próximo às câmeras de segurança para, pelo menos, ficar registrado que ele poderia me matar. Por sorte, ele puxou a arma, me agrediu, mas não apertou o gatilho”, desabafou.

Em pânico, funcionários do estabelecimento acompanharam as ameaças. Logo após agredir o rapaz, o homem deixou o local. “É uma sensação muito ruim de impotência, pois esse homem havia assediado uma moça dentro do metrô. Espero que as autoridades tomem uma providência enérgica”, finalizou.


Na mesma unidade policial, localizada no centro de Taguatinga, a cabeleireira de 29 anos assediada pelo bombeiro registrou ocorrência. “Contei tudo o que aconteceu aos policiais, e eles colocaram como depoimento na ocorrência do Jair [o rapaz procurou a polícia depois de ser agredido]. Sinto-me melhor agora. Espero que o bombeiro seja responsabilizado”, contou a moça, que preferiu não se identificar.

A vítima do abuso revelou que estava na fila da estação, como faz diariamente, quando sentiu uma mão no cabelo dela. “Ele pegou da metade do cabelo para baixo e foi passando a mão. Primeiro, achei que era alguém conhecido, mas, quando vi uma pessoa que não conheço me olhando com cara maliciosa, confrontei”, afirmou a cabeleireira.

Nesse instante, o programador, que também estava na fila, teria interrompido: “O Jair se aproximou e deu um tapa nas costas dele [o bombeiro], mas só para ele se virar, e questionou por que ele estava me assediando. O bombeiro negou e disse que só esbarrou em mim”, contou a mulher.

De acordo com Jair, a reação dele não foi nada fora daquilo que considera correto. “A imagem que eu queria passar não era a de um super-herói ou de qualquer coisa do tipo. Era mais de um ser humano sensato. Não imaginava que, depois, teria uma arma apontada para mim”, queixou-se.

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