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Órgãos do GDF usam até drone em megaoperação no Torre Palace

Após denúncia do Metrópoles, as equipes vão vasculhar todos os andares à procura de invasores, focos de dengue, outras doenças e ratos

atualizado

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1 de 1 WhatsApp Image 2018-01-18 at 12.13.01 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após denúncia publicada no Metrópoles sobre possíveis focos de dengue no abandonado Torre Palace Hotel, cinco órgãos do GDF fazem nesta quinta-feira (1º/2) megaoperação de vistoria no prédio, erguido no coração da capital do país. A novidade será o uso de um drone para captar imagens do edifício. Durante a inspeção, as equipes vão vasculhar todos os andares à procura de pessoas que estariam morando no local, mesmo após o fechamento das entradas com cimento e tijolos.

A mobilização vai envolver profissionais da Divisão da Vigilância Ambiental (Dival), do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), da Polícia Militar do DF (PMDF), da Administração Regional do Plano Piloto e da Defesa Civil.

A intenção é entrar no prédio, abandonado desde a sua desocupação por batalhas judiciais. A ação de inspeção fará combate a possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, febre amarela, zika e chinkungya. A presença de ratos também é relatada por moradores e funcionários do Setor Hoteleiro Norte e será acompanhada na operação.

“Vamos entrar no prédio e avaliar como está a situação da estrutura física e os riscos para a saúde pública. Temos informações de que pessoas entraram lá. Se houver foco de aedes, iremos tratar”, explica Denilson Magalhães, diretor da Dival.

O imbróglio envolvendo o hotel entra em seu quinto ano sem solução. O edifício acumula problemas de violência e saúde, incomodando quem trabalha, mora e se hospeda nas proximidades. Enquanto se deteriora por conta do abandono, os processos judiciais tramitam a passos lentos.

No fim de 2017, 10 funcionários do hotel Nobile Suítes Monumental, vizinho ao Torre Palace, contraíram a doença. A suspeita é de que os mosquitos tenham vindo da carcaça do edifício. Após o pedido do hotel, a Vigilância Ambiental do DF aplicou inseticida nos arredores do edifício no começo de 2018. O trabalho, porém, não foi suficiente. O interior do prédio, por exemplo, é um campo vasto para criadouros do mosquito.

Insegurança
Mesmo após ter suas entradas fechadas com concreto, o Torre Palace ainda serve de abrigo para moradores de rua e esconderijo de assaltantes. A presença deles incomoda e amedronta hóspedes e funcionários dos hotéis da região, que evitam circular por ali em qualquer horário, seja de dia ou de noite.

Fora os assaltos, o furto de carros é recorrente. Os crimes ocorrem tanto na área pública quanto no estacionamento térreo dos hotéis. “Temos uma média de um veículo furtado por semana”, conta Danilo Stacciarini, gerente-geral do Nobile Suites Monumental.

O temor é confirmado por quem se hospeda com frequência no Setor Hoteleiro Norte. O diretor de TV Ruy Façanario redobra a atenção em certos horários. “Tomo bastante cuidado, mas já conheço a região. Evito passar muito perto dali. A situação desse prédio é ruim até pela paisagem, muito feio vê-lo assim”, reclama.

O abandono da construção e seus consequentes embaraços atingiu o bolso dos comerciantes. A gerência do Nobile Suites diz ter perdido um de seus principais clientes: a Embaixada dos Estados Unidos da América. Desde a ocupação e a desocupação do prédio vizinho, em 2016, a hospedagem na Quadra 4 do Setor Hoteleiro Norte deixou de ser uma opção.

À reportagem, a Polícia Militar informou que a área é monitorada 24 horas por dia, mediante patrulhamento com viaturas e motocicletas e policiamento tático. Os flagrantes e os suspeitos são encaminhados à 5ª Delegacia de Polícia, a poucos metros do hotel. Ao longo de 2017, foram 86 ocorrências, a maioria delas por briga.

 

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Degradado, o teto do Torre Palace Hotel acumula água da chuva e sujeira. Local é potencial criadouro do mosquito da dengue
Desocupação do hotel, em 2016, envolveu grande aparato das forças de segurança
Policiais durante ação de desocupação do Torre Palace, em 2016
Após expulsar moradores de rua, GDF cercou o prédio com concreto
O interior do edifício está bastante deteriorado
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Hotel foi abandonado em 2013. Dois anos depois, grupo de sem-teto ocupou o espaço

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Degradado, o teto do Torre Palace Hotel acumula água da chuva e sujeira. Local é potencial criadouro do mosquito da dengue

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Desocupação do hotel, em 2016, envolveu grande aparato das forças de segurança

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Policiais durante ação de desocupação do Torre Palace, em 2016

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Após expulsar moradores de rua, GDF cercou o prédio com concreto

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O interior do edifício está bastante deteriorado

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Construção está com a estrutura comprometida

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Abandonado, o edifício mancha a paisagem no coração da capital

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Processos
Há pelo menos oito ações na Justiça envolvendo o Torre Palace. São elas que vão determinar o desfecho do espaço. O Governo do Distrito Federal (GDF) é um dos envolvidos, pois tenta recuperar os R$ 802,94 mil gastos para desocupar o local em 2016. À reportagem, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) informou que a restituição dos custos será definida após o trânsito em julgado do processo.

A ação do GDF não foi capaz de acelerar um dos processos-chave. Em 2016, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins) determinou que o prédio fosse leiloado. Mas, agora, a ação travou no Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde aguarda julgamento do agravo de instrumento.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) cobra débitos pelo fornecimento de energia elétrica, enquanto a Brookfield Empreendimentos Imobiliários, que tentou viabilizar uma permuta do imóvel com os herdeiros do prédio, viu a medida ser judicializada. Até uma empresa de alimentos, a Frutella Comércio de Alimentos, solicita valores dos donos. Os responsáveis pelo Torre Palace não foram localizados para comentar a situação.

Histórico
Fundado em 1973, o Torre Palace Hotel foi o primeiro prédio do Setor Hoteleiro Norte. Hoje, é parte de uma disputa entre herdeiros do libanês Jibran El-Hadj, proprietário do edifício, morto em 2000. Abandonado desde 2013, quando teve as atividades encerradas, o hotel virou abrigo de moradores de rua e usuários de drogas até uma megaoperação desocupar as instalações, em outubro de 2015.

Palco de diversas tentativas malsucedidas de reintegração de posseo hotel já foi condenado pela Defesa Civil, que apontou falhas graves na estrutura da construção.

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