Operação Zé Pequeno: gangues rivais de Sobradinho são alvos da PCDF
Como no filme Cidade de Deus, grupos tinham guerra aberta em Sobradinho. Cinco adultos acabaram presos e dois adolescentes, apreendidos
atualizado
Compartilhar notícia
De um lado, os irmãos Gilmar e Rogério Alegre. De outro, Afrânio dos Santos, mais conhecido como Maronfa. Eles são suspeitos de comandar duas gangues rivais que vêm trazendo o terror ao acampamento Dorothy Stang, em Sobradinho. Para interferir na guerra, investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) colocaram na rua, nesta sexta-feira (12/06), a operação Zé Pequeno.
O nome é inspirado em dos principais personagens do filme Cidade de Deus, que mostrava exatamente as consequências de uma briga entre duas quadrilhas no bairro do Rio de Janeiro. Em Sobradinho, os dois grupos são suspeitos de tráfico de drogas, formação de milícia e várias tentativas de homicídio.
Cinco adultos foram presos e dois adolescentes, apreendidos na operação feitas pelo pessoal da 13ª Delegacia de Polícia.
A batalha pelo “gerenciamento” da região se dava pela seguinte forma: Maronfa tomava conta do tráfico de drogas, enquanto Gilmar seria responsável pela formação da milícia, inclusive com o uso de radiocomunicadores. A tensão era grande e explodiu na semana passada, no dia 2 de junho.
Afrânio, o Maronfa, e um adolescente conhecido como Bang atacaram um motociclista que fazia a ronda em nome de Gilmar. Ao saber do caso, Gilmar e o irmão, que tem o apelido de Da Lua, chamaram Adriano “Barata” Rocha e foram atrás dos desafetos. Entraram em um barraco e mataram dois irmãos (identificados apenas como Gabriel e Juliana) que nada tinham a ver com a situação.
Os policiais, então, entraram em ação. Com a operação Zé Pequeno, conseguiram prender Gilmar e Rogério em flagrante. Bang e outro adolescente acabaram apreendido no dia seguinte. Barata e outra pessoa chamada Marcos Cunha foram encontrados pelos investigadores na manhã desta sexta. Todos os maiores tinham passagem pela polícia.
Segundo a PCDF, eles foram indiciados por associação criminosa, homicídio (tentado e consumado) e corrupção de menores. A condenação por esses crimes pode render de 20 a 30 anos de prisão.