Operação Torre Palace: interdição será ampliada para a W3 Norte
Além da N1, no Eixo Monumental, a Secretaria de Segurança disse que vai fechar trecho da outra avenida. Ação para retirar sem-teto entra no quarto dia
atualizado
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O centro de Brasília chega, neste sábado (4/6), ao quarto dia da operação policial para desocupar o Torre Palace Hotel, invadido por sem-teto há oito meses. Por meio de nota divulgada na noite desta sexta-feira (3), a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social informou que, como os manifestantes “continuam arremessando objetos do alto do prédio, será mantida, a interdição do perímetro em torno do hotel, inclusive ampliando o fechamento para a W3 Norte”.
A Justiça determinou a retirada dos menores de idade que estão entre os sem-teto, e a Vara da Infância e Juventude atua no caso “para que as quatro crianças, entre elas duas de colo, sejam liberadas da ocupação o mais rapidamente possível, inclusive porque as duas mais velhas, que têm aparentemente entre 7 e 8 anos, são asmáticas e necessitam de cuidados médicos urgentes, que serão prestados pelo Corpo de Bombeiros imediatamente após liberação delas pelos adultos que ocupam o hotel”.Ex-deputado detido
O ex-deputado José Edmar, 63 anos, foi preso no início da tarde de sexta-feira (3) ao invadir o Torre Palace Hotel para tentar entregar uma caixa de mantimentos aos sem-teto. O ex-parlamentar, que fez carreira política ancorado na questão fundiária do DF, foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Segundo a Polícia Militar, ele furou o cerco, desobedecendo a ordem de parar. Depois de prestar depoimento e assinar um termo circunstanciado, ele foi liberado.
O nome de José Edmar, que já foi eleito deputado distrital e federal por partidos como o PSDB, PMDB, Prona e PR, é ligado à grilagem de terras e invasões no Distrito Federal. Essa atuação lhe rendeu votos e processos na Justiça. Hoje, se apresenta como comerciante, mas está lotado no gabinete do deputado Lira (PHS).
Cansaço
A estratégia para retirar os manifestantes que ocupam as ruínas do hotel é vencer pelo cansaço. “A intenção é que o processo de negociação seja esgotado até que os invasores deixem espontaneamente o prédio. Para isso, estão sendo adotados todos os procedimentos previstos no protocolo de gerenciamento de crises, como corte de suprimentos de água, luz e demais provimentos aos invasores”, informou a Secretaria de Segurança.