Operação Shark: grupo movimentou R$ 90 mi em golpes contra servidores públicos
Criminosos tinham como alvo funcionários públicos, idosos e aposentados que têm ou tiveram empréstimos consignados. No DF, são 70 vítimas
atualizado
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Na manhã desta quinta-feira (5/8), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com o apoio do Procon-DF e da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ), deflagrou a Operação Shark (tubarão, em inglês), para desarticular uma organização criminosa que atua no Distrito Federal, Rio de Janeiro, em São Paulo e Pernambuco. Um grupo de empresas denominadas de “consultoria financeira” ludibriava consumidores com a falsa promessa de vantagens. As investigações começaram em 2020, quando foi detectada a movimentação de cerca de R$ 90 milhões durante um ano.
A Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) identificou, até o momento, cerca de 70 vítimas, existindo várias reclamações em sites especializados. Os prejudicados, inclusive, criaram páginas nas redes sociais para denunciar os golpes.
Os policiais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária na região central de Brasília (SRTVS e SCN), na cidade do Rio de Janeiro (Centro, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Taquara, Engenho Novo, Guadalupe) e em Nova Iguaçu (RJ).
Segundo a Polícia Civil, os golpes são realizados conforme o perfil das vítimas, que são servidores públicos, idosos e aposentados que têm ou tiveram empréstimos consignados, mas que ainda com margem para novos financiamentos. O contato inicial é sempre por meio de ligação telefônica.
Coordenador da Corf, Wisllei Salomão explica detalhes da operação. Confira:
Em uma das modalidades, os funcionários das empresas afirmam falsamente terem sido contratados por bancos no DF e pelo Banco Central, justamente neste período de pandemia, para informar sobre a possível restituição de taxa paga de forma indevida, fazendo com que tais pessoas compareçam aos escritórios localizados nos três estados e no DF. Ao chegarem ao local, as vítimas são induzidas a contratar novos empréstimos pessoais e a repassar os valores para a conta daquelas empresas.
Outra forma de induzir a erro é o oferecimento de redução das parcelas do financiamento, inicialmente, por meio de um tipo portabilidade, mas o cliente acaba contratando novos empréstimos, com taxas até mais elevadas, nas quais também realizam a transferência do valor para as empresas.
Em todos os casos, os golpistas não efetuam o pagamento dos valores repassados, causando prejuízo aos consumidores, que se tornam devedores em dois ou mais contratos.
Os acusados responderão por crimes contra a relação de consumo, organização criminosa e lavagem de dinheiro.